São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

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Música

Um Jorge Mautner incomoda muita gente

Maldito da MPB lança seu disco mais pop

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para ser rebelde não basta ter espinhas no rosto, cara de mau e uma guitarra na mão. O "maldito" da MPB Jorge Mautner, com seu violino, rugas e cara de tiozinho da praça, incomoda muito mais.
O cantor, compositor e escritor, que completa 66 anos nesta quarta, lança o disco "Revirão", em que une duas pontas de gerações ligadas à transgressão: de gente graúda da tropicália, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, à nova e descolada turma que sabe reprocessar a música brasileira com a modernidade, como Kassin, Berna e Domenico. É seu disco mais pop.
E por que ele é tão "maldito"? Se formos levar em conta "apenas" sua produção, é preciso lembrar que ele atua no cenário cultural desde o fim dos anos 50. Precoce, aos 15 anos começou a escrever "Deus da Chuva e da Morte", que influenciou de Glauber Rocha a Caetano Veloso; filosofia, marxismo, taoísmo faziam sua cabeça.
Na música, estreou só em 1972, mas não facilitou as coisas: suas canções sempre foram rebuscadas, anti-pop, seja pela sua voz, quase desafinada, seja pelo violino estridente. É dele "Maracatu Atômico", que mexeria com outro artista cabeça, Chico Science. Com "Revirão", o caos chega de mansinho.

REVIRÃO
Jorge Mautner
www.jorgemautner.com.br

Ouça:
"Ressurreições"


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