São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2006

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DVD

História enigmática deixa adaptação de game ininteligível

Japonês em grego

Divulgação
Cena do confuso "Final Fantasy VII", que sai direto em DVD e já está nas locadoras


DA REPORTAGEM LOCAL

Os personagens deste filme são japoneses, mas parecem "falar grego", de tão ininteligível que é "Final Fantasy VII", segundo -e não sétimo, vale deixar claro- longa-metragem lançado a partir do famoso game. O.k., talvez seja famoso para quem o joga desde a precária primeira edição, de 1987, ainda na pré-história dos videogames, quando provavelmente você nem nascido era.
O filme baseado no sétimo jogo -o primeiro lançado para PlayStation-, de 1997, chega com atraso de dois anos e direto em formato DVD ("FF VII" não foi exibido nos cinemas em nenhum lugar do mundo).
Tudo é muito confuso. Primeiro, o nome. Fantasia final, a tradução, não significa nada, nem no roteiro do jogo nem na história do filme (dizem que, lá nos anos 80, a empresa onde o criador do game trabalhava estava falindo e ele achava que essa seria sua "última fantasia" antes de "dançar").
Dois anos depois do fim do jogo, os habitantes do planeta sem nome são atacados por uma estranha doença, a geostigma. Aparentemente, em paralelo a isso, o planeta se vingou da empresa Shinra, que usava de energia espiritual dele -sim, do planeta-, uma tal de "lifestream", como forma de fonte de abastecimento energético.
O protagonista, Cloud, era parte do Soldado, exército criado por essa empresa ecologicamente incorreta de homens fabricados a partir de um ser alienígena malvado. Aqui, o herói decadente tenta se libertar dos fantasmas do passado e deve impedir que o malvado Kadaj consiga trazer de volta o temido Sephiroth, outro fruto da experiência genética da qual Cloud fez parte.
É uma pena um filme com gráficos tão avançados e cenas de ação de botar o segundo e o terceiro "Matrix" no chinelo ser desperdiçado por causa de uma história tão malcontada e desordenada.
Em vez de se prender tanto a detalhes do game, os roteiristas deveriam criar um enredo que caminhasse com as próprias pernas, sem depender de nada.
Produziram assim um filme que só pode mesmo ser visto por quem tenha o mínimo de familiaridade com o jogo. Se você é daqueles que adoram os clipes de apresentação de games (que mais parecem filmes), "FF VII" é um delírio para os olhos. Mas tente não prestar atenção na história.
(LEANDRO FORTINO)

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