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DVD
História enigmática deixa adaptação de game ininteligível
Japonês em grego
Divulgação
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Cena do confuso "Final Fantasy VII", que sai direto em DVD e já está nas locadoras |
DA REPORTAGEM LOCAL
Os personagens deste filme são japoneses, mas parecem "falar grego",
de tão ininteligível que é "Final Fantasy VII", segundo -e não sétimo, vale
deixar claro- longa-metragem lançado a
partir do famoso game. O.k., talvez seja famoso para quem o joga desde a precária
primeira edição, de 1987, ainda na pré-história dos videogames, quando provavelmente você nem nascido era.
O filme baseado no sétimo jogo -o primeiro lançado para PlayStation-, de 1997,
chega com atraso de dois anos e direto em
formato DVD ("FF VII" não foi exibido nos
cinemas em nenhum lugar do mundo).
Tudo é muito confuso. Primeiro, o nome.
Fantasia final, a tradução, não significa nada, nem no roteiro do jogo nem na história
do filme (dizem que, lá nos anos 80, a empresa onde o criador do game trabalhava
estava falindo e ele achava que essa seria
sua "última fantasia" antes de "dançar").
Dois anos depois do fim do jogo, os habitantes do planeta sem nome são atacados
por uma estranha doença, a geostigma.
Aparentemente, em paralelo a isso, o planeta se vingou da empresa Shinra, que usava de energia espiritual dele -sim, do planeta-, uma tal de "lifestream", como forma de fonte de abastecimento energético.
O protagonista, Cloud, era parte do Soldado, exército criado por essa empresa
ecologicamente incorreta de homens fabricados a partir de um ser alienígena malvado. Aqui, o herói decadente tenta se libertar
dos fantasmas do passado e deve impedir
que o malvado Kadaj consiga trazer de volta o temido Sephiroth, outro fruto da experiência genética da qual Cloud fez parte.
É uma pena um filme com gráficos tão
avançados e cenas de ação de botar o segundo e o terceiro "Matrix" no chinelo ser
desperdiçado por causa de uma história tão
malcontada e desordenada.
Em vez de se prender tanto a detalhes do
game, os roteiristas deveriam criar um
enredo que caminhasse com as próprias
pernas, sem depender de nada.
Produziram assim um filme que só pode
mesmo ser visto por quem tenha o mínimo
de familiaridade com o jogo. Se você é daqueles que adoram os clipes de apresentação de games (que mais parecem filmes),
"FF VII" é um delírio para os olhos. Mas
tente não prestar atenção na história.
(LEANDRO FORTINO)
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