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TEATRO
Sinfonia da tragédia
Espetáculo leva ao palco meninos da Sinfônica de Heliópolis
LENISE PINHEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As artes podem carimbar o passaporte de muitos jovens. O espetáculo musical "Acorda Brasil", em
cartaz no teatro Frei Caneca, em São Paulo,
é inspirado na emergência das tragédias sociais e traz, no elenco, jovens da Sinfônica
Heliópolis que acabam de estrear no teatro.
O Folhateen entrevistou um dos personagens da peça, que foi escrita por Antônio
Ermírio de Moraes e dirigida por José Possi
Neto. Na moral, o jovem Cleber de Melo,
19, que interpreta Capilé, o jovem assassinado por uma bala perdida, conversou
com a reportagem.
Folha - Você tem alguma outra atividade? Estuda ou pretende viver da música?
Cleber de Melo - Atualmente estudo, estou cursando o 2º ano da faculdade de terapia ocupacional. Acredito que não dê para
viver de música, mas quero, sim, usá-la para viver.
Folha - Como a música apareceu para
você?
Cleber - Estive sempre em contato com a
música, desde pequeno, por cantar em um
coral. Com a música clássica mesmo, aconteceu por meio do instituto Baccarelli, há
seis anos, num teste que teve aqui em Heliópolis.
Folha - E o teatro? Conhece o trabalho
de algum grupo teatral? Qual?
Cleber - Tive contato com o teatro na escola, num grupo que já existia, e consegui
entrar. Mas não era nada muito sério. Acabei saindo pela falta de tempo. Estou no espetáculo "Acorda Brasil" por fazer parte do
instituto. Mas conheço e gosto do trabalho
dos grupos Parlapatões e Pia Fraus.
Folha - Como foi a preparação para
"Acorda Brasil"?
Cleber - Os ensaios foram intensos. Depois de selecionados, tivemos um mês de
aula de voz, dança e interpretação. Depois
o grupo foi reduzido somente para os que
iam fazer parte da peça. Eram 81 e foram
selecionados 17. Já com esse grupo, começamos a ensaiar. Tivemos que lutar contra
o cansaço, mas valeu a pena. O resultado
que temos hoje é fantástico.
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