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CARREIRA
Trainee de diplomata
Programa Jovens Embaixadores premia
35 alunos do ensino público com uma
viagem de três semanas aos Estados Unidos
PAULA ADAMO IDOETA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A baiana Laíze Lantyer,
24, dividiu um hotel em
Trinidad e Tobago com
gente como Barack Obama,
Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez. Mas nem ela nem os
presidentes estavam curtindo
as férias no Caribe -estavam
na Cúpula das Américas, que,
em abril, debateu políticas para
o continente.
Laíze é uma estudante de direito que sempre gostou de diplomacia. Esse interesse ganhou um empurrão depois de
ela participar, em 2004, do programa Jovens Embaixadores,
promovido pela Embaixada
dos EUA no Brasil.
Em janeiro de 2010, mais 35
estudantes com idades de 15 a
18 anos e matriculados em escolas públicas irão aos EUA por
três semanas pelo programa.
"Muitos jovens têm interesse
por relações internacionais,
mas não têm condições de viajar ao exterior para exercer isso", explica Laíze, que, após o
programa, começou a ser convidada pela Embaixada dos
EUA para participar de eventos
como a Cúpula das Américas.
Lançado em 2003, o Jovens
Embaixadores inclui uma semana em Washington, com palestras, visitas a lugares históricos, como a Casa Branca, e simulações de debates diplomáticos como os que ocorrem na
ONU. Inclui também duas semanas no interior dos EUA.
Nessa segunda etapa, os jovens se hospedam com famílias
americanas, frequentam escolas locais e fazem apresentações sobre o Brasil.
"Tentamos mostrar a diversidade do país", conta a gaúcha
Vanessa Milost, que passou seu
aniversário de 16 anos em Washington, em janeiro, e ficou as
duas últimas semanas do programa em Charlotte, Carolina
do Norte. "Falamos tanto do
Pantanal como de São Paulo.
Um garoto americano não sabia que tínhamos Blockbuster
em Porto Alegre", comenta.
Vanessa e seus 34 companheiros da turma de 2009 assistiram nos EUA à posse de
Obama. "É incrível pensar que
aquele momento entrou para a
história, e eu estava lá", lembra
o baiano Janssen Villian, 17,
que após o programa ganhou
uma bolsa para estudar inglês
por três meses nos EUA.
É claro que, por ser patrocinado pelo governo americano,
o programa também almeja
despertar simpatia pelos EUA.
"Muitos de nós viajamos com
aquele sentimento de que os
americanos são metidos e burros, mas voltamos diferentes.
Aprendemos que cada indivíduo é único, que lá também há
muitas realidades diferentes",
diz o paulistano Laerte Rosato,
25, que viajou em 2003.
Outra meta do programa é
estimular a liderança juvenil.
Então, depois de voltar da viagem, fica o desafio: ir além da
diplomacia e colocar em prática projetos reais de mudança.
Ellen Barbosa, 16, embaixadora em 2009, foi professora de
inglês voluntária em Santa Isabel (SP) e agora quer montar
um grupo de jovens voluntários
para promover atividades culturais na cidade.
Outros participantes se uniram em uma associação que
pretende se dedicar a trabalhos
sociais e diplomáticos. "Viajar e
ver o mundo também dá vontade de mudar o seu mundo, a sua
comunidade", diz Vanessa.
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