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ESCUTA AQUI
Cenas de um festival
ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
Uma das principais
atrações do ramo jazz
do evento -talvez a
principal delas- não
gosta do público e
pergunta: "Quanto custa o ingresso
para isso aqui? Deve ser barato, porque nunca vi tanta gente feia e malvestida". Quanta simpatia...
![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Mani, baixista do Primal Scream,
elogia o Brasil na porta do camarim:
"Tudo é perfeito: o clima, as praias,
as mulheres, as...." Não completou.
A divindade PJ Harvey, exausta
após o show, sai de mãos dadas com
um tiozinho (dedos entrelaçados e
tudo) rumo à van que a devolveria
ao hotel. Andando com dificuldade,
ela carrega no ombro direito uma
sacola da melhor loja de discos do
mundo, a Amoeba, da Califórnia.
![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Figura do rock paulistano cruza
com "Escuta Aqui" e pergunta:
"Aonde você vai?". Respondo: "Ao
show do Primal Scream". Ele: "Vou
passar na Bebel Gilberto; se estiver
chato, vou pro Primal." Menos de
cinco minutos depois, a figura já está na platéia do PS.
![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Gary e John, do Libertines, circulam pelos bastidores enlameados segurando xícaras de... chá.
Falando em Libertines, a platéia vibra loucamente na primeira música. Na segunda, menos. Na terceira, as pessoas começam a pensar na vida. Chega um momento em que só o "núcleo duro" da base de fãs da banda -aqueles que gostariam de qualquer coisa que rolasse- presta atenção ao que está acontecendo. Os
comentários se repetem: "Não é ruim, é só chato", "Parece banda brasileira", "As
músicas são muito fracas". A velocidade com que a informação se propaga é, hoje, um fenômeno tão interessante que, às vezes, a gente esquece que, na hora de
avaliar uma nova banda, o que conta mesmo é a música. A rapidez com que os Libertines ficaram famosos é mesmo assustadora, digna de estudo, mas isso não faz
deles um grande grupo. Eles não são nada -são mais ou menos, uma banda
qualquer. Como dizem lá longe: "Try harder next time, guys".
![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Mancada em "Escuta Aqui". Na semana passada, escrevi que os Delays, uma cópia contemporânea dos Cocteau Twins, têm "vocal feminino". Leitores atentos
avisam que aquela voz fininha é, na verdade, de um moço, Greg Gilbert. OK, corrigido, mas, na boa, esse Greg faz o Édson Cordeiro parecer o Jamelão.
Álvaro Pereira Júnior, 41, é editor-chefe do "Fantástico" em São Paulo
E-mail: cby2k@uol.com.br
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