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São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2003

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A arte que nasce de dentro da cara torta da vida

LUÍS AUGUSTO FISCHER
COLUNISTA DA FOLHA

Toda arte nasce de dentro da vida. Não quer dizer que ela sempre fale sobre a vida de maneira linear e óbvia. A arte pode muito bem recolher sua inspiração na mais sórdida das experiências, mas se apresentar de modo limpo e até elegante, oferecendo um quadro que apenas alegoricamente se refere àquela origem medonha. A arte não precisa chorar para fazer chorar.
Mas também existe arte que parece ser a própria cara torta da vida real. Arte que não disfarça nem por um instante sua condição de denúncia, de tristeza e de desespero. Arte que quer pegar o espectador pelo fígado para obrigá-lo a compartilhar da sensação desconfortável da banda podre da existência.
No Brasil, houve um grande dramaturgo, que viveu entre o circo, o teatro e a televisão, que foi autor de peças exemplares dessa tendência, por assim dizer, realista. Ele se chamava Plínio Marcos (1935-1999), e sua obra acaba de receber uma edição bem-cuidada, que contém cinco de seus principais textos para o palco: "Barrela", "Dois Perdidos numa Noite Suja", "O Abajur Lilás", "Navalha na Carne" e "Querô". Um mais triste e mais duro que o outro.


"Plínio Marcos: Melhor Teatro"
Seleção: Ilka Marinho Zanotto
Editora: Global
Contato: 0/xx/11/3277-7999
Quanto: R$ 30



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