DA REPORTAGEM LOCAL

"Nikka Who?" é o nome de uma pequena vinheta do novo disco da norte-americana Nikka Costa. O título vem a calhar já que muita gente não se lembre da cantora que fez sucesso aos sete anos de idade, com a música "On My Own", e volta no mês que vem, já bem crescida -aos 28 anos-, com o álbum "Everybody Got Their Something".
"Sempre cantei muito bem. Desde pequena gostava de fazer pequenos shows para a família e amigos", disse Nikka em entrevista por telefone ao Folhateen. O pai da cantora é o famoso maestro Don Costa, arranjador de artistas como Frank Sinatra e Tony Bennett, que também deu fino trato às músicas da filhinha.
Foi ao lado deles que Nikka começou sua carreira. "Olhando para trás, percebo que tudo isso era incrível, mas, na época, não significava muito para mim estar entre essas pessoas. Só queria era brincar com eles", relembra.
Nikka lançou "On My Own" e, de uma hora para outra, passou de criança normal a estrela. "Todo esse sucesso foi uma experiência ao mesmo tempo caótica e incrível", explica. "Minhas memórias são como um sonho, um enorme déjà vu. Lembro-me de flashes de muitas viagens, hotéis e entrevistas na televisão."
Mas os tempos áureos da infância de Nikka tiveram fim à beira da adolescência, aos 10 anos de idade, quando seu pai morreu. Nikka, então, resolveu abandonar a carreira. "Houve muita tristeza nessa fase. Por isso resolvi parar. Queria ser normal, ir à escola e sair com amigos, então, dei um passo para atrás."
Quem viu Nikka Costa, a garotinha sardenta de cabelos dourados, entoando o hit "On My Own" pode se assustar com a mulher que volta à cena hoje. Sua voz continua afinadíssima. Mas, de onde essa voz vem, quanta diferença!
O pop aguado da pequena Nikka ganhou força com músicas cheias de grooves. "Meu sucesso precoce, totalmente guiado por outras pessoas, fez com que me tornasse um adulto muito específico. Hoje estou muito certa do que quero."
A primeira faixa do novo CD, "Like a Feather", já é um hit e despontou fora do Brasil depois de ser trilha de um comercial nos EUA. O restante do álbum vacila entre canções açucaradas e batidas dançantes. Quem te viu, quem te vê. (FM)


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