São Paulo, segunda-feira, 16 de abril de 2007

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02 Neurônio

>>Jô Hallack >> Nina Lemos >>Raq Affonso
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Garotos não choram

EDMUNDO CHOROU. Sim, o Edmundo, ex-animal, aquele mesmo. Você deve ter visto, zapeando pela televisão ou refém de seu namorado boleiro. Edmundo magoou. Não entendemos os bastidores do esporte (mas parece que ele chorou porque seu time não se classificou e ele está no fim de sua carreira). Mas entendemos de homens. (Ou, pelo menos, tentamos inutilmente.) E também entendemos de choro (disso temos certeza). E homens não choram.
A última reforma constituinte liberou o choro do macho brasileiro mas, mesmo assim, eles continuam impávidos. Por isso, ver um sujeito marrento chorar em cadeia nacional é um fato tão chocante quanto a tentativa de matar o ursinho polar Knut (aliás, só de pensar nisso ficamos com lágrimas nos olhos). Mas homens não choram. Nem pelo Knut e nem pela gente. Só choram escondidos, no escuro, quando estão bêbados e o time perdeu. Já as mulheres, "choram por qualquer coisa". Principalmente por amor.
Edmundo chorou, contrariando a lei da macheza brasileira. E a gente se espanta. Afinal, já que os mistérios da humanidade estão sempre escondidos dentro de alguma canção pop, a gente sabe que garotos não choram. "Agora eu faria qualquer coisa/ Para ter você de volta ao meu lado/ Mas eu só fico rindo/ Escondendo as lágrimas em meus olhos." Essa era do The Cure. Vocês se lembram? E, se não choram, que pelo menos aprendam a enxugar adequadamente as nossas lágrimas.
Dica para os meninos: nunca diga para uma mulher não chorar. Dê um abraço nela. E seque suas lágrimas (só de pensar nisso, ficamos de novo com vontade de chorar).

Momento de histeria

Se chorar no trabalho, escolha um bom modelo de óculos escuros


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