São Paulo, Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2000


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Casamento entre primos dá para rolar, mas com cuidados

JAIRO BOUER
especial para a Folha

"Namoro uma menina, e gostamos muito um do outro. Até aí tá tudo bem. Mas o problema é que somos parentes, somos primos. Nossas avós eram irmãs. Existe algum problema em continuarmos juntos? Pensamos em casar e ter filhos. Eles teriam mais chance de sofrer problemas mentais ou físicos?"
resposta Todo casamento consanguíneo (entre pessoas que pertencem a uma mesma família) traz um maior risco de problemas para o futuros filhos.
Isso acontece porque pessoas da mesma família têm uma carga genética mais parecida do que pessoas que não são aparentadas. Com isso, aumenta a chance de que genes (parte das células que codifica as informações genéticas) com defeitos possam vir a se encontrar.
Portanto, essa menor variabilidade genética aumenta o risco de problemas para o futuro bebê. Se dentro da família já existe algum problema de natureza genética, a situação é ainda mais delicada. Entre alguns povos que se miscigenam pouco (não se misturam com outros povos), os pesquisadores muitas vezes encontram doenças genéticas raras.
Isso não significa que vocês tenham que se separar. Vocês vão ter de pesar os riscos e as alternativas. Existe um procedimento chamado aconselhamento genético (feito com histórico da família e alguns testes do material genético do casal) que ajuda a avaliar um pouco melhor os riscos. Outras alternativas (não ter filhos ou adotar) são caminhos que muitos casais nessa situação acabam escolhendo.



Jairo Bouer, 34, é médico. Se você tem dúvidas sobre saúde, escreva para o Folhateen ou mande e-mail para jbouer@uol.com.br.


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