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Casamento entre primos dá para rolar, mas com cuidados
JAIRO BOUER
especial para a Folha
"Namoro uma menina, e gostamos muito
um do outro. Até aí tá tudo bem. Mas o problema é que somos parentes, somos primos.
Nossas avós eram irmãs. Existe algum problema em continuarmos juntos? Pensamos
em casar e ter filhos. Eles teriam mais chance
de sofrer problemas mentais ou físicos?"
resposta Todo casamento consanguíneo
(entre pessoas que pertencem a uma mesma família) traz um maior risco de problemas para o futuros filhos.
Isso acontece porque pessoas da mesma
família têm uma carga genética mais parecida do que pessoas que não são aparentadas. Com isso, aumenta a chance de que
genes (parte das células que codifica as informações genéticas) com defeitos possam vir a se encontrar.
Portanto, essa menor variabilidade genética aumenta o risco de problemas para
o futuro bebê. Se dentro da família já existe algum problema de natureza genética, a
situação é ainda mais delicada. Entre alguns povos que se miscigenam pouco
(não se misturam com outros povos), os
pesquisadores muitas vezes encontram
doenças genéticas raras.
Isso não significa que vocês tenham que
se separar. Vocês vão ter de pesar os riscos
e as alternativas. Existe um procedimento
chamado aconselhamento genético (feito
com histórico da família e alguns testes do
material genético do casal) que ajuda a
avaliar um pouco melhor os riscos. Outras alternativas (não ter filhos ou adotar)
são caminhos que muitos casais nessa situação acabam escolhendo.
Jairo Bouer, 34, é médico. Se você tem dúvidas sobre saúde, escreva
para o Folhateen ou mande e-mail para jbouer@uol.com.br.
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