São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sexo & Saúde

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Camisinha na cabeça!

1
"Minha namorada e eu transamos sem camisinha há um bom tempo (ela toma pílula). Nunca tivemos nenhuma doença. Ela só transou comigo e eu só com ela. Somos pessoas higiênicas. Há algum risco em nosso sexo?"

2
"Namoro há dois anos, e, na semana passada, tivemos nossa primeira vez. Mesmo sabendo que é errado, não usamos camisinha, e ele retirou o pênis antes de ejacular. Na semana seguinte minha menstruação desceu. Posso estar grávida?"

3
"Depois de uma noitada de bebedeira com amigos, encontrei um travesti em um ponto e paguei para ele fazer sexo oral em mim. Foi apenas isso, mas rolou sem preservativo. Corro risco de ter contraído HIV?"


UM CASAL que "inaugurou" sua vida sexual junto e que usa um método de prevenção eficaz (pílula), em teoria, não deveria ter que se preocupar com doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) nem com gravidez indesejada. No entanto algumas observações são importantes. Em primeiro lugar, a pílula tem que ser tomada corretamente (seguindo a orientação do médico e sem esquecimentos). Depois, nenhum dos dois deveria ter experiências sexuais fora do relacionamento, ou, se tivesse, precisaria se proteger.
O que se vê, do ponto de vista prático, é que muitas jovens se atrapalham com a administração do uso da sua pílula e que muitos casais, principalmente os garotos, acabam tendo outras experiências fora do seu relacionamento estável. Portanto o método duplo (pílula e camisinha) talvez seja a melhor recomendação, do ponto de vista de prevenção, nessa fase da vida. Mas é lógico que há exceções a tudo isso!
O segundo casal já se descuidou. Em sua primeira experiência, depois de dois anos de namoro, acabou fazendo sexo sem camisinha e sem estar usando um método anticoncepcional. O único cuidado que tiveram foi retirar o pênis antes da ejaculação, o que não é eficaz nem para prevenir DSTs nem uma gravidez indesejada. Resultado: na estréia de sua vida sexual, o casal teve que contar os dias até a menstruação. Mais cuidado não teria sido mais adequado?
Para terminar, vejam o que uma balada animada faz com as pessoas! O rapaz exagerou na bebida e pagou um travesti para fazer sexo oral, sem proteção. Mesmo sabendo que o risco de contaminação por DSTs é mais baixo em quem recebe do que em quem pratica sexo oral, será que alguém ia se sentir seguro sabendo que seu namorado anda fazendo isso por aí? Acho que não! Pessoal: na incerteza sobre o comportamento do outro e, muitas vezes, da gente mesmo, é camisinha na cabeça!


Texto Anterior: Baladas legais
Próximo Texto: Exposição: Star Wars do contra
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.