São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 2011

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INTERNETS

RONALDO LEMOS - ronaldolemos09@gmail.com

Futuro do pop está nas periferias

Ganhou elogios o novo livro do crítico musical inglês Simon Reynolds. Chamado "Retromania", defende que a cultura pop atual está viciada no passado.
Boa parte da música atual (e outras áreas) seria mera nostalgia de alguma cena que já passou. O livro é agradável e cheio de exemplos.
Reynolds culpa a internet pela mania retrô. Com acesso facilitado ao passado, seríamos a geração que reprocessa e revive tudo. É um argumento inspirado por Nicholas Carr, pensador de visão pessimista sobre a rede. Carr fez uma crítica elogiosa ao livro (claro!), que toca em um ponto interessante.
Diz que Reynolds é também vítima de nostalgia. No caso, pelos anos 1978 a 1981, quando o pop se reinventava a cada semana. Com a deixa, aproveito para juntar o meu centavo à discussão. O trecho mais importante de "Retromania", para mim, é quando fala dos chavs, os manos da periferia inglesa. Afirma que eles são "imunes ao passado" e "o último bastião futurista da Inglaterra".
É o momento revelador do livro. Reynolds olhou apenas para o pop que circula pelo "centro" para concluir sobre o domínio do passado. Pouco mirou a periferia pop, que vive nos camelôs e "4Shareds" da vida. Só de relance viu que tinha algo diferente ali.
E é isso. A periferia pop global é uma explosão de música que não tem nada a ver com o passado. Os "futuristas" estão em toda parte: são os cumbieros na Argentina, os funkeiros ou tecnobregas aqui, o kuduro em Angola, ou o Shanghaan eletro na África do Sul.
É onde a música hoje explode de vitalidade e de descompromisso com o que veio antes. Como amostra, recomendo assistir ao bombástico novo vídeo da Gaby Amarantos, musa do tecnobrega, chamado Xirley: va.mu/IMT1. É futuro.

JÁ ERA
Tecnobrega como cena local só do Pará

JÁ É
Geração do tecnobrega global, com DJ Cremoso e João Brasil

JÁ VEM
2ª geração do tecnobrega global, com Jaloo Melo (va.mu/IMTk) e mais


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