Ator e vocalista do 30 Seconds to Mars, Jared Leto diz (quase sem voz) que 3º álbum nasceu de um fracasso

DA REPORTAGEM LOCAL

Jared Leto, 38, está com a voz escangalhada quando (quase não) fala ao telefone com o Folhateen. Talvez seja porque não dormiu nada na noite anterior, dividindo a cama com "uma gripe matadora". Ou talvez seja chaga dos berros do CD "This Is War" (EMI, R$ 30, em média). Se o título do terceiro álbum do 30 Seconds to Mars decreta guerra, as músicas avançam com vigor no fronte do rock, fugindo da pretérita horda emo. O ator de "Réquiem para um Sonho", que prefere não falar sobre cinema, disse que talvez toque no Brasil em junho. (CF)

 

FOLHA - A violência no rock desse CD é proposital?
JARED LETO - É muito intencional. Foi algo que nasceu de conflito. Giramos o mundo em turnê, vendemos 3,5 milhões de CDs e, quando chegamos em casa, devíamos dinheiro. Entramos em guerra com a gravadora. A guerra é uma nova maneira de ver as coisas. O fracasso é um ótimo professor.

FOLHA - Quanto tempo esse grito de guerra consumiu?
LETO - Dois anos, entre escrever e gravar. Eu gosto de ter o tempo de que preciso. É difícil colocar um relógio em cima da criatividade.

FOLHA - Em entrevista recente, você disse que pirou. Quando?
LETO - Muitas vezes. Quando você põe sua vida toda em algo, como eu pus nesse álbum, há um momento em que você não sabe no que se transformou, o que está fazendo. Eu não sabia.

FOLHA - Você já fez turnê com bandas como Muse, Phoenix, Metric e Vampire Weekend. Gosta deles?
LETO - Eu gosto. Todos fazem música bem interessante. Não posso dizer quem é a favorita, ou vai pegar mal com os outros.

FOLHA - É amigo dessa galera?
LETO - Sim, o quanto se pode ser amigo na estrada. Trabalha-se muito, então não dá tempo.

FOLHA - Você se considera um ator que canta ou um músico que atua?
LETO - Grande parte do que está no palco com a banda veio dos diretores incríveis com quem trabalhei. E também dirigi o clipe de "Kings and Queens", lançado há pouco. Eu faço mais de uma coisa...


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