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GAME ON
Cada um já pode ser dono de seu próprio mundo
ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Há duas semanas, não toco em um game de console. Não se trata de enjôo,
tédio ou de falta de jogos novos.
Meu problema começou quando lançaram "Age of Empires". Até então, não
tinha dado atenção aos jogos de estratégia. Preferia um bom futebol, uma corrida ou enfiar tiro em nazista e em zumbi.
A situação piorou com o pacote de expansão para o "Age of Empires". Os gráficos e a jogabilidade melhoraram muito
com o "Age of Kings". No final do ano
passado, o mesmo estúdio (Ensemble)
soltou no mercado o "Age of Mithology". Ai que encrenca... Horas, dias e semanas entre gregos, nórdicos e egípcios.
No começo deste ano, a Electronic Arts
aprimorou a série "Command & Conquer" e entrou na briga com "Generals".
Por fim, para consolidar as férias forçadas dos consoles, a Big Huge Games e
sua parceira, Microsoft, colocam no
mercado o "Rise of Nations". Se você já
jogou alguma vez o jogo de tabuleiro
"War", saiba que finalmente ele encontrou boa tradução eletrônica.
Não paro de me perguntar por que esses games vendem tanto e atraem jogadores de dez anos assim como marmanjos de quase 40. E é aí que reside a beleza
do videogame.
Nesses jogos, somos deuses. Implacáveis, temperamentais, cheios de compaixão, gananciosos, vingativos e mais uma
centena de adjetivos divinos. É esse o
prazer e a glória dos brinquedos eletrônicos: a possibilidade de fantasiar e de se
divertir, sendo e fazendo o que a gente
não é e não faz.
Colaborou Fabio Silva
@ - gameon@folha.com.br
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