São Paulo, segunda-feira, 18 de outubro de 2010

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"Nunca fui tão lindo"

PEDRO VAN HELD, ATOR TEEN DE "TROPA... 2", FALA SOBRE O EFEITO DA FAMA REPENTINA

DE SÃO PAULO

Quando começou a filmar como o filho do capitão Nascimento em "Tropa de Elite 2", a experiência de Pedro van Held, 16, como ator se resumia a seis meses de teatro na escola. Fora isso, só fotos como modelo infantil. Catapultado ao status de celebridade, ele agora concilia as aulas do 1º ano do ensino médio com o papel de Arthur em "Malhação ID". Na correria em que sua vida se transformou, o carioca criado em frente ao mar da Barra da Tijuca teve que abrir mão do surfe e do remo. Mas confessou, nesta entrevista ao Folhateen, que o novo estilo de vida tem lá suas vantagens. (TARSO ARAUJO)

 

Folha - Como é se ver na tela?
Pedro van Held - Estava congelado, nervoso pra caramba. Na hora do filme, parece que você vai morrer, porque passa toda sua vida na sua frente. "Olha só, eu estou no "Tropa de Elite", todo mundo vai ver..."

Já sente os efeitos dessa exposição?
Agora, na rua, todo o mundo me olha. Outro dia, estava em frente ao cinema quando acabou a sessão do "Tropa..." e veio todo o mundo...

E as meninas?
Tá mais fácil agora, né? Desde que começou a aparecer propaganda e trailer. Aí, veio "Malhação" para ajudar mais ainda. Juntou com "Tropa..." e ficou uma beleza.

Tem perfil na web?
Tenho tudo.

E responde aos fãs?
Tem que responder, né? Tem dias que paro para responder e tem 300 recados lá: "Você é muito lindo!". Nunca fui tão lindo...

Você se acha vaidoso?
Tenho essas frescuras, sim. Não é exagerado, mas fico uma hora pra me arrumar, tenho creminhos de rosto. Antes da pré-estreia [de "Tropa..."] pedi para minha mãe tirar espinhas da minha cara.

Já tinha tido contato com o tipo de violência mostrado em "Tropa..."?
Indiretamente. Já morei no Itanhangá (zona oeste do Rio) e, lá perto, tem a favela Rio das Pedras, onde tem milícia. Querendo ou não, você tinha que seguir um pouco as regras. Não era tão tenso, mas você tinha que manter o respeito. Quando passa por lá, tem que ficar tranquilo, não olhar pra ninguém. Desde que fiz "Tropa...", fiquei com receio de passar por ali.

A violência do tráfico ou das milícias é um problema de todos ou só das favelas?
É de todo o mundo. Veja as UPPs [Unidades de Polícia Pacificadora, que ocuparam 12 favelas dominadas pelo tráfico no Rio]. Isso foi bom, só que agora [os traficantes] vão buscar dinheiro aqui em baixo. Então, tem que implantar patrulhas urbanas também, educar mais a polícia, investir nas favelas.

Vê algum paralelo entre a relação do seu personagem com o capitão Nascimento e a sua com o seu pai?
Eu também não tenho medo do meu pai, tenho respeito. Meu pai é amigão. Brinco com ele, mas com respeito. Medo, nunca.


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