São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

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comportamento

Cuidado para não se estressar no jogo

Médicos alertam para os problemas causados por muitas horas seguidas de game, seja em casa, seja na LAN house

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

De vez em quando, o mundo dos games é abalado por terríveis notícias, geralmente vindas lá do Oriente. Há pouco mais de um ano, por exemplo, correu a história da morte de uma menina chinesa que passou 56 horas direto jogando "World of Warcraft". A causa da morte da menina, apresentada nos noticiários apenas pelo nickname "Snowly", foi uma combinação da fadiga aguda desenvolvida no período ininterrupto de jogo (estresse físico) com o alto grau de estresse mental .
Em outro caso, de 2002, o garoto Lei Pui Sang, 17, teve uma parada cardíaca na LAN em que trabalhava, em Hong Kong. Ele jogava "Diablo 2" dez horas por dia e dormia apenas duas.
O médico Jou Eel Jia, que cuida de quadros de estafa da mente e do corpo, já tratou de adolescentes que apresentaram disfunções por jogarem muito videogame. Segundo ele, é possível, sim, que alguém morra de muito jogar, dependendo do nível de estresse.
Explica-se: há o grau de alerta, que é até positivo para nossas conquistas. No entanto, quando prolongado demais atinge-se o grau de resistência, onde começam os problemas e o organismo se fragiliza. Depois disso vem o grau de exaustão: "Nessa fase começam a aparecer doenças psicossomáticas, como um enfarto do miocárdio, úlcera gástrica, aumento da pressão e doenças degenerativas, que podem levar à morte súbita".

Epilepsia
Você já deve ter reparado que os manuais de games sempre trazem uma advertência sobre os riscos de ataques epilépticos que os jogadores podem sofrer numa partida. Para o neurologista Milberto Scaff, do hospital Sírio Libanês, esses ataques, além de possíveis convulsões, perda da consciência, tontura e visão turva, estão relacionados com "a velocidade da alternância das luzes no game".
"Dependendo da quantidade de frames por segundo, essa alternância pode despertar a manifestação de doenças congênitas até então desconhecidas, como a epilepsia fotossensível." De acordo com o neurologista, ela pode também se manifestar em outras situações.
"Por exemplo, quando um jovem sai para uma danceteria e o pisca-pisca muito veloz dos estrobos ocasiona o ataque epiléptico." Com relação à visão turva, Scaff tranqüiliza a galera: "Isso se resolve com um simples repouso". (EDUARDO RIBEIRO)


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