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sexo e saúde
"Brincadeira" sexual termina em sofrimento
JAIRO BOUER
COLUNISTA DA FOLHA
Hoje, em vez de responder a uma dúvida, a
coluna vai dar espaço a um leitor que enviou um e-mail no qual relata sua experiência
recente com uma DST. Ele se contaminou com
o HPV, vírus causador de uma das doenças (as
verrugas genitais) transmitidas pelo sexo mais
comuns hoje em dia. Vale a pena prestar atenção ao depoimento.
"No começo de dezembro, passei por uma
cirurgia que "queimou" lesões de HPV que eu
descobri no meu ânus. Sou um jovem homossexual que pratica sexo seguro, mas que não
acreditava que simples "brincadeiras" sem penetração pudessem transmitir DSTs.
O período pós-cirúrgico foi difícil, com dor e
sangramento. Antes das festas de fim de ano,
retornei ao médico e tudo corria bem. Mas
agora percebi que existe uma ferida que não cicatrizou. Já marquei outra consulta. Desde que
passei por essa experiência, não tive mais nenhum contato sexual.
Hoje em dia, vejo fotos eróticas e relatos de
encontros sexuais e não consigo deixar de ficar
impressionado com o risco que algumas pessoas correm, sem nenhum temor. Nunca frequentei saunas, cinemas, dark-rooms, parques
ou outros lugares "de pegação". Não tenho nenhum contato com esperma alheio e, mesmo
assim, estou passando por tudo isso.
Acho que falta mostrar às pessoas, não apenas aos jovens, que as DSTs são horríveis. Vejo
que muita gente hoje em dia nem vê tanto perigo em contrair Aids. Como o brasileiro é muito
sexual, não apenas sensual ou sexy, fica difícil
ter um comportamento casto. Só acho que falta divulgar mais o assunto DST. Obrigado."
Às vezes, quando nossa coluna insiste em práticas de sexo seguro, como a colocação da camisinha desde o início da transa, muita gente
acha que é um exagero. Mas é importante lembrar que vírus como o HPV e o herpes vírus
podem ser transmitidos pelo simples contato
com a área afetada, mesmo sem ocorrer penetração.
As infecções por esses vírus também exigem
atenção constante. Mesmo depois de "tratadas", as pessoas precisam ficar atentas a possíveis recidivas (nova lesão produzida pelo vírus). O recado do
nosso leitor está dado! Agora é com vocês.
Jairo Bouer, 37, é médico. Se você tem dúvidas sobre saúde, escreva para o Folhateen ou para jbouer@uol.com.br
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