São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2004

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MÚSICA

Uma é nova e é do Rio; a outra, veterana e de Brasília; em comum, essas bandas fazem a cabeça de surfistas

Tirando onda

Dibob

DA REPORTAGEM LOCAL

Estar no lugar certo na hora certa pode ser decisivo para uma banda conseguir contrato com uma grande gravadora. No caso do quarteto carioca Dibob, esse lugar era a praia do posto 12, no Leblon, onde o grupo nasceu e ganhou reputação entre a galera do surfe.
Após se inscrever e vencer um festival de bandas novas promovido por uma marca de cerveja, a banda se viu em Aracaju (SE), tocando ao lado de Skank, Lulu Santos e Engenheiros do Hawaii para 20 mil pessoas. A resposta do público ao punk rock bem-humorado da banda abriu os olhos da BMG, que contratou o Dibob para lançar o álbum "O Fantástico Mundo".
"Foi o maior choque tocar para tanta gente. Tivemos uma ótima receptividade. Isso chamou a atenção da gravadora", conta Dedeco, 21, guitarrista e vocalista.
Mas, para chegar até o CD, os integrantes levaram muito choque, montando equipamentos na praia em campeonatos de surfe. "A parada era radical", conta Dedeco.
"A propaganda boca a boca e a internet nos deram um auxílio primordial também, porque era o único jeito de divulgação. A gente foi fazendo shows, até gravarmos uma demo, "Mar Quebra", que teve 1.500 cópias bancadas por uma marca de surfe", diz Dedeco, que mudou de idéia sobre o fato de uma grande gravadora alterar o som de uma banda independente, principalmente por causa do produtor Marcelo Sussekind (Ira! e Capital Inicial, entre outros).
"Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. O cara é rock'n'roll. Ele não quis mexer em nada. Quando falamos para os nossos amigos que iríamos assinar com uma grande gravadora, disseram que iríamos virar produto vendido. Mas o cara quis fazer um CD cru, do jeito que a gente é."
Outra marca da banda que começa a invadir o Rio são as gírias inventadas pelos próprios. "Somos um grupo de amigos, a gente usa gírias, mas procuramos não colocá-las nas letras", conta o inventor das palavras "playsson" (algo legal) e do próprio nome da banda, uma abreviação para "de bobeira". "No Rio, pegou. Já ouvi galera nada a ver falando. É engraçado. Se bobear, nunca ouviu a gente." (LEANDRO FORTINO)

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