São Paulo, segunda-feira, 19 de outubro de 2009

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A música é mais escura do que a vida

Vocal do Evanescence, Amy Lee chega ao Brasil em novembro para show em SP

Mastrangelo Reino - 21.abr.07/Folha Imagem
Amy Lee canta em show da banda, em 2007

DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nossos bosques têm mais vida, nossas vidas têm mais amores e nossos fãs de Evanescence gritam mais alto -pelo menos é o que diz Amy Lee, vocalista da banda, que toca no Brasil em novembro. "Eles são simplesmente malucos", completa, por telefone, em entrevista à Folha.
Não será a primeira passagem por aqui da musa dos góticos. E, em 2010, um novo álbum deve aparecer nas lojas. Apesar do tom pessimista de suas letras e do visual "dark" de seus clipes e shows, Lee afirma que é, na verdade, uma pessoa bem alegre. "Mas a música é mais escura do que a vida."

 

FOLHA - Você já tocou no Brasil antes. Como foi?
AMY LEE - Foi uma experiência muito, muito boa. Os fãs brasileiros são extremamente apaixonados. São simplesmente malucos. Eles gritam mais alto do que os outros.

FOLHA - O que dá para adiantar sobre o novo álbum?
LEE - Não quero dizer muito. Estou animada. Demorou para encontrar o caminho. Vai ser surpreendente, mas satisfatório. Ah, não quero ser específica demais... Mas será bem legal, e bem diferente.

FOLHA - Há uma canção nova da banda, tocada em um show, que os fãs apelidaram de "Wait Forever" [esperar para sempre, em inglês]. Ela estará no CD?
LEE - Eu chamo essa música de "Your Love" [seu amor]. Não é uma boa síntese do álbum. Mas é ótima. Foi uma das primeiras que escrevi para o novo disco.

FOLHA - Como você classificaria a música que faz, se precisa defini-la?
LEE - A palavra "gótico" faz sentido, sim. Mas há muito mais do que isso. Há até mesmo hip hop, pop, rock, metal, clássico... Muitos gêneros. Um pouco de tudo o que é bom!

FOLHA - Como o gótico influencia seu trabalho?
LEE - É difícil responder. Para mim, há escuridão nas nossas músicas. E paixão. Não sou uma pessoa "dark" e infeliz. Sou feliz, na vida real. Mas a música é mais escura do que a vida normal. Acho que a música tem de significar alguma coisa. Se você não sente nada...

FOLHA - Você curte ler livros de vampiro, como "Crepúsculo"?
LEE - Honestamente, eu era fã de vampiros há muitos anos. Quando era adolescente, amava Anne Rice [autora de "Entrevista com o Vampiro"]. Ah, "Crepúsculo" é legal. Eu li o livro. Mas é só isso.

FOLHA - Evanescence começou durante um acampamento cristão. Quão cristã é a banda, hoje?
LEE - Não influenciou nossa música. Quero dizer, tudo sobre mim passa para a minha música, e eu sou cristã. Sou fascinada pelo que há depois da morte, fui exposta a isso muito cedo. Minha irmã morreu quando eu era criança, e esse evento foi central para a minha inspiração.

FOLHA - O que você ouve de música, hoje?
LEE - Adoro os brasileiros do CSS. São incríveis! Virei fã deles há seis meses. É tão legal! Baixei o CD e pirei. Ouço para me inspirar. Foram a banda favorita do meu último verão.

FOLHA - Para quem você liga quando está sóbria? ["Call Me When You're Sober" é o título de uma canção do Evanescence].
LEE - Tomara que para todo mundo, e que eu esqueça o celular em casa quando ficar bêbada. E, bem, eu liguei para você, hoje. E estou sóbria.


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