São Paulo, segunda-feira, 19 de outubro de 2009

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Velho game

Os videogames retrô estão com tudo; conheça a garotada que troca o novo pelo antigo

DA REPORTAGEM LOCAL

Assopra o cartucho para tirar o pó. Nada. Dá uma encaixadinha e reza um pouco. Nada, ainda. Um tapinha de leve. Pronto, o videogame está funcionando.
Sabe esse ritual que parece da década passada? Bom, talvez você nem saiba, acostumado às modernidades do Wii e do Playstation 3. Mas há jovens que não apenas sentem falta de todo o perrengue para fazer um joguinho velho rodar como ainda vivem nessa era. Por livre e espontânea vontade.
Os mais animados da tribo até mesmo deixam de lado os emuladores e ROMs -que, baixados gratuitamente pela internet, funcionam no computador e simulam videogames antigos. Em vez disso, vão à região da rua Sta. Ifigênia, no centro de São Paulo, procurar consoles originais para comprar, colecionar e, é claro, jogar.
Os preços variam de loja a loja, mas é possível encontrar um Game Boy usado a R$ 100, por exemplo, ou um Atari a R$ 250.
Mas por que alguém trocaria o controle sem fio e com sensor de movimento do Wii por... games cheios de pixel, em 2D e com baixa qualidade de som?
"Continuo fiel à religião dos videogames antigos", confessa Felipe Teobaldo, 22, designer de games. "Vejo hoje muita tecnologia disponível e pouca paixão no desenvolvimento de soluções criativas para jogos", diz.

Do jeitinho antigo
A estudante Barbara Poskus, 17, tem outra explicação. "Eu sou toda retrô. Meu cabelo é retrô, meu perfume é retrô e meu videogame é retrô", brinca.
Proprietária de um Game Boy Color e de uma fitinha de Mario Land, a garota se diverte com o portátil no ônibus e no banheiro, para passar o tempo.
Entre as particularidades dos games antigos, Barbara louva a dificuldade que enfrenta há anos para zerar os cartuchos. "É impossível terminar! Mas isso é bom, porque aí sempre tenho um objetivo de vida."
A mania já rendeu risadinhas, na sala de aula. "Estavam jogando Nintendo DS [hoje o console portátil mais tecnológico] e eu saquei o Game Boy da bolsa e ficaram me zoando", ri.
Outro interessado no que ficou para trás é Felipe Manoeli, 20, que tem planos de montar uma coleção de videogames antigos. "Na época eu era pequeno demais e não falava inglês. Hoje posso curtir melhor." (DB)


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