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Velho game
Os videogames retrô estão com tudo; conheça
a garotada que troca o novo pelo antigo
DA REPORTAGEM LOCAL
Assopra o cartucho para
tirar o pó. Nada. Dá uma
encaixadinha e reza um
pouco. Nada, ainda. Um tapinha de leve. Pronto, o videogame está funcionando.
Sabe esse ritual que parece
da década passada? Bom, talvez
você nem saiba, acostumado às
modernidades do Wii e do
Playstation 3. Mas há jovens
que não apenas sentem falta de
todo o perrengue para fazer um
joguinho velho rodar como ainda vivem nessa era. Por livre e
espontânea vontade.
Os mais animados da tribo
até mesmo deixam de lado os
emuladores e ROMs -que, baixados gratuitamente pela internet, funcionam no computador e simulam videogames antigos. Em vez disso, vão à região
da rua Sta. Ifigênia, no centro
de São Paulo, procurar consoles originais para comprar, colecionar e, é claro, jogar.
Os preços variam de loja a loja, mas é possível encontrar um
Game Boy usado a R$ 100, por
exemplo, ou um Atari a R$ 250.
Mas por que alguém trocaria
o controle sem fio e com sensor
de movimento do Wii por... games cheios de pixel, em 2D e
com baixa qualidade de som?
"Continuo fiel à religião dos
videogames antigos", confessa
Felipe Teobaldo, 22, designer
de games. "Vejo hoje muita tecnologia disponível e pouca paixão no desenvolvimento de soluções criativas para jogos", diz.
Do jeitinho antigo
A estudante Barbara Poskus,
17, tem outra explicação. "Eu
sou toda retrô. Meu cabelo é retrô, meu perfume é retrô e meu
videogame é retrô", brinca.
Proprietária de um Game
Boy Color e de uma fitinha de
Mario Land, a garota se diverte
com o portátil no ônibus e no
banheiro, para passar o tempo.
Entre as particularidades dos
games antigos, Barbara louva a
dificuldade que enfrenta há
anos para zerar os cartuchos.
"É impossível terminar! Mas isso é bom, porque aí sempre tenho um objetivo de vida."
A mania já rendeu risadinhas, na sala de aula. "Estavam
jogando Nintendo DS [hoje o
console portátil mais tecnológico] e eu saquei o Game Boy da
bolsa e ficaram me zoando", ri.
Outro interessado no que ficou para trás é Felipe Manoeli,
20, que tem planos de montar
uma coleção de videogames antigos. "Na época eu era pequeno demais e não falava inglês.
Hoje posso curtir melhor."
(DB)
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