|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Só entra no carro com remédio para enjôo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
São 7h30 da manhã de
sábado. Fernanda
Becker, 15, retira com
a organização a planilha que
contém as informações da
prova. Ela tem cerca de uma
hora para estudá-la e programar os totens (instrumentos de navegação do carro). Enquanto isso, seu pai,
Acyr Becker, se certifica se a
repórter tomou o remédio
para enjôo. Sem remédio,
nada de rali. Sim, tomei.
Acyr pede concentração, a
dupla fica em silêncio e largamos às 8h39. Fernanda
vai falando: "No 400 a média
vai 42!" (leia: quando o hodômetro estiver marcando
400m, a média de velocidade será de 42km/h).
Enquanto tento entender
o significado das frases
acompanhando os totens,
agradeço pela condição imposta por Acyr de tomar um
remédio para enjôo.
Embora o carro não ande
em alta velocidade, a maior
parte das estradas são de
terra. Para passar pelos postos no tempo certo, o motorista precisa acelerar e frear
o carro constantemente de
forma brusca. Junte as valetas e lombadas e o efeito é o
de um liquidificador.
"No 1.574 desce para 37!",
grita a menina. "Cotovelo à
direita!", avisa a navegadora
(cotovelo é curva). "Aí! Um
PC, droga!", ele lamenta.
"Quantos pontos?", pergunta. "Nove!", responde a filha.
Passamos adiantados pelo
posto de controle (PC) e perdemos nove pontos. "Péssimo!", ele reclama.
Já acostumada com o joga
pra lá e pra cá, arrisco algumas fotos. Imagens do teto,
do banco e pedaços de retrovisor. Tudo, menos Acyr e
sua filha.
Um momento de indecisão e entramos numa bifurcação errada. "Aí não! Era na
segunda!", lamenta a navegadora. Acyr faz um balanço
da prova: "Foi fácil, pena que
eu não estava concentrado".
Chegamos em 40º lugar.
"Você foi muito bem de
Zequinha, fez tudo direitinho!", elogiou nosso motorista. É porque ele ainda não
viu as fotos que tirei...
(JC)
Texto Anterior: Esportes: Sai da frente Próximo Texto: Equipamentos usados nas provas Índice
|