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Álvaro Pereira Júnior
Músicas e filmes de 2005
Primeiro, música:
"Clap Your Hands Say
Yeah", Clap Your Hands
Say Yeah. O timbre de
David Byrne, as guitarras
urbanas do Velvet. Ecos do melhor
rock já produzido em Nova York
são ouvidos no lançamento mais espetacular do ano. David Bowie ouviu e delirou. Ouça você também.
"Witching Hour", Ladytron. O
melhor grupo já saído de Liverpool?
Pelo menos em 2005, foi. Electro
muito eletrônico. E rock muito rock.
Perfeito. Você já ouviu "Sugar"?
"Silent Alarm", Bloc Party. Talento e juventude em proporção direta. São 14 faixas, e todas poderiam
ter sido lançadas como singles. A
melhor coleção de canções de 2005.
"Ferocious Mopes", Say Hi to
Your Mom. O melhor rock indie de
2005 vem do quarto de Eric Elbogen, que, musicalmente, se identifica como Say Hi to Your Mom. Fantasmas, andróides e mosquitos povoam a mente dessa rara fugra.
"Takk", Sigur Rós. É como se tivessem trancado Chris Martin, do
Coldplay, numa geleira, extraído a
parte boa (a capacidade para criar
melodias) e entregado nas mãos de
um arranjador não-meloso.
Agora, filmes.
"2046", de Wong Kar-Wai. A impossibilidade total do amor.
"Sin City", de Robert Rodriguez. Desesperança e distopia.
"Last Days", de Gus Van Sant. O suicídio de Kurt Cobain, sem moralismo.
"Crash", de Paul Haggis. Tensão total. Passou quase despercebido. Pena.
Por fim, miscelânea.
Uma música: "Over and Over", Hot Chip. Eu sei o porquê.
Um livro: "Rip It Up and Start Again", Simon Reynolds. O rock de 1978-1984
revisitado, com lucidez luminosa, pelo grande crítico inglês.
Melhor disco que eu não escutei. "Demon Days", Gorillaz. É bom, acredito
nos amigos.
Filme que deveria ter visto há mil anos e só vi em 2005. "Donnie Darko". Já
imaginou se o tempo fluísse ao contrário?
Disco que não escutei nem pretendo. "Get Behind Me Satan", White Stripes.
Eles que vão querer ser exóticos lá no país da vovozinha deles.
Tranqueira do ano. Kings of Leon ao vivo em SP.
Confissão do ano. Li "O Código Da Vinci". E não entendi direito o último capítulo!
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