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MÚSICA
Banda paulista atualiza o pop sessentista e a jovem guarda
O Brasil redescobre o Brasil
Divulgação
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Os integrantes da banda paulista Monokini, que lançou "Mondo Topless" |
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma série de bandas gringas já
descobriu a música brasileira
dos anos 60 e a transformou em referência. Artistas de música eletrônica lançaram mão desse mesmo filão para dar mais ginga à rigidez de
suas batidas. São raros, no entanto,
os grupos de pop rock daqui que
deixam de lado o complexo de periferia da cultura pop -que dita que
os estilos e os movimentos musicais
importantes são sempre importados- e voltam os olhos para produtos nacionais.
Pois a banda paulista Monokini
resgata a bossa nova e a rebeldia
meio ingênua da jovem guarda e do
rock sessentista e atualiza esses estilos com guitarras indie e elementos
eletrônicos, que dão o tom animado de suas músicas.
"A gente, aqui no Brasil, cresceu
acreditando que tudo o que é bom
vem de fora. Eu mesmo já fui assim,
na época do radicalismo adolescente. Depois, aprendi que tinha muita
coisa legal do meu lado. O Monokini é um elo entre a bossa nova e a jovem guarda, com uma pitada de
eletrônica e de rock indie", revela
Josmar Madureira, 32, tecladista e
compositor do Monokini.
Criada em 1999, a banda tirou seu
nome de um compacto de 1965 de
Roberto Carlos e, já em 2000, lançou um single com quatro músicas
que chamou a atenção além das
fronteiras brasileiras. Foi assim que
o Monokini deu as caras fora do
país com participações em duas coletâneas ("Voyage Romanesque",
do selo Bambini Records, e "Summery Molotov", editada pela revista
"Beikoku Ongaku", ambos do Japão) ao lado de bandas de vanguarda como o Ladytron.
Seu primeiro álbum, "Mondo Topless", foi lançado aqui no final do
ano passado e deve sair nos EUA,
pelo selo Little Shirley's Beans Records, ainda no primeiro semestre.
"Fechamos um ciclo e já estamos
pensando no segundo disco", diz
Madureira.
Tanta animação não é para menos. Com um som fácil, criativo,
animado, e com letras em português, o Monokini tem tudo para
emplacar logo.
Em "Mondo Topless", os vocais de
Fabiana Karpinski carregam no sotaque paulistano e entoam letras singelas, permeadas por lá-lá-lás e pá-pá-pás. Munida de riffs grudentos e
de despretensão pop, a banda alterna momentos rock e climas com cara de festa à beira da piscina.
"Queríamos fazer letras ingênuas
mesmo, de praia, de sol, de mar. Os
radicais podem achar isso muito
água-com-açúcar, mas era essa a
nossa intenção", explica.
O disco abre com a rapidinha
"Tchuby Tchuba", que emenda em
"Complexo de Phil Spector" -com
uma letra perfeita para desdenhar
de quem faz carão para a gente.
"Copan" é quase um Stereolab nas
instrumentações, e "Espelhos" deve
ter clipe na MTV em breve. Uma
brasa, mora!
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