ROSELY SAYÃO
especial para a Folha

"Tenho 19 anos e minha namorada, 18. Era comum trocarmos carinhos íntimos, mas nunca fizemos sexo. Ela só quer após o casamento, mas isso não impedia que fizéssemos outras coisas. De uns tempos para cá, ela vem mudando: passou a achar errado as coisas que fazíamos. Acho que isso se deve a convicções religiosas que lhe foram impostas. Estou tentando conviver com isso, mas é difícil. Vez por outra acontece algo; ela diz que são recaídas, e, quando tento algo mais, sou barrado. Estamos regredindo em nossa intimidade. Achei que nossa relação fosse ficar mais próxima, mas cada vez nos distanciamos mais."

resposta Se você está achando que é o sexo, seja pela transa ou por carícias mais íntimas, que aproxima um casal, você está enganado. O que pode estar distanciando vocês não é a falta dos carinhos, que já eram costumeiros entre vocês, e sim a diferença que vocês têm a respeito dessa questão.
E por que é que você acha que o comportamento dela se deve a imposições religiosas ou morais? Sabia que pode ser exatamente o oposto? É no início da adolescência que os jovens começam a pensar por conta própria. Mas leva muito tempo para eles conseguirem ter um comportamento coerente com o que pensam. Quer um exemplo? Está assim de garotas de 14 anos que se posicionam contra o aborto. Mas muitas delas já passaram por um.
Conforme elas vão amadurecendo, vão percebendo que é preciso agir de acordo com o que pensam para evitar o sofrimento do dia seguinte, a ressaca, o conflito. Pode ser isso o que está acontecendo com a sua namorada. E, se for, ponto para ela!
Agora é que o relacionamento de vocês pode amadurecer e se consolidar. Ou não. Mas isso vai depender de muito papo, muita conversa. Não se trata de você tentar convencê-la a fazer o que você quer, e sim de vocês buscarem um entendimento, um respeito, um acordo. Se você perceber que ela não quer mais as carícias por causa da religião dela, vai ter de respeitar. Cada pessoa tem seus próprios valores, e, para viver bem, é preciso respeitá-los ou mudar de idéia.
É difícil conviver com o que é diferente de você, não é mesmo? Mas aí é que está a graça dos relacionamentos. Você pode aprender a controlar o seu tesão junto com ela. E sem essa de que a carne é fraca, ok?