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som
Meio fada, meio bruxa, Syang dá
um tempo do P.U.S. e lança CD solo
RICARDO FOTIOS
do Universo Online
Simone Dreyer Peres, 28, ficou
conhecida por Syoung, a virtuosa
e barulhenta guitarrista das bandas Detrito Federal e P.U.S. Agora
ela é a cantora e compositora
Syang, que prepara o primeiro CD
solo. E não foi só a grafia do nome
que mudou.
Ao som do rhythm'n'blues das
backing vocals de Barry White, a
nova candidata a estrela pop conta, com exclusividade para a Folha, como será o seu disco, que
chega às lojas em setembro.
"A cabeça da gente muda muito, principalmente depois dessa
fase dos 17 aos 20 anos. E o pop
para mim significa não ter limites
musicais. Eu sempre gostei de Madonna, por exemplo. Conheço todas as músicas dela", assume,
cantarolando "Like a Virgin".
"Sempre fui assim, meio bruxa,
meio fada. Rebelde e meiga ao
mesmo tempo."
Decorado com guitarras e bichos
de pelúcia, o "flat" no Leblon, no
Rio de Janeiro, onde Syang está
morando há três meses com Ronan -seu namorado há 11
anos-, retrata mesmo essa mulher com postura adolescente, que
quer misturar suas guitarras às baladas românticas que compõe.
"O disco vai ser verdadeiro pra
caramba. É o que sou hoje. Eu
sempre ouvi de tudo e agora posso
admitir e provar isso. Aos 12 anos,
ganhei a primeira guitarra e comecei a ouvir AC/DC. Abandonei o
lado pop que tinha na infância e
caí no heavy metal de vez. Coisa de
adolescente, né?", conta Syang,
mostrando a tatuagem com o rosto do guitarrista Angus Young, do
AC/DC, de quem emprestou seu
antigo nome artístico. E defende a
nova grafia: "Syang é mais simples, direto. Além de ser mais brasileiro e fácil de ler. E a sonoridade
continua igual".
E o disco deve vir recheado dessa
"verdade" que a cantora diz ter
atingido. "É assim, meio violão e
voz. Sem muita coisa eletrônica
misturada."
Ao mesmo tempo, ela afirma
que a nova fase não vai assustar os
seus antigos fãs. "As músicas têm
a minha guitarra, a mesma do
P.U.S., mas aqui são as minhas
músicas, eu cantando. É pop
rock", resume.
Para Syang, cantar para um público mais amplo é fundamental.
"É tão bom se libertar disso tudo,
dessa coisa de fazer música pensando em meia dúzia de gatos-pingados. Quero que todas as
pessoas me ouçam, quero tocar
em rádio, participar de programas
de televisão, quero viver da minha
música."
Mesmo assim, garante que não
vai perder sua característica rebelde, que ela mesma compara à da
canadense Allanis Morisette.
"Acho que a geração de hoje é
diferente. Você vê que a molecada
tem o cabelo pintado, piercing no
nariz, mas está namorando, falando de paixão. Na minha época, a
gente também sentia amor, mas
não externava. Tinha de ser tudo
meio pauleira, feroz. Hoje eu consigo falar "eu te amo' e "amo
Deus', coisas que eu não fazia antes", afirma.
Se em sua vida convivem a experiência e a juventude, na música
Syang escolheu o caminho das estrelas. Para tanto, conta com uma
equipe peso pesado do pop nacional. Além do produtor Carlos Trilho (Legião Urbana e Renato Russo, entre outros), Kiko Zambianchi aparece com uma composição
e toca violões.
Lee Marcucci (Rita Lee, Rádio
Táxi, Tutti-Frutti) faz um dos baixos, e o batera Alexandre Fonseca
também está entre os músicos. O
repertório de 11 músicas tem 9 inéditas, todas de sua autoria.
"Fiquei 11 anos tocando com a
mesma galera e aí senti a necessidade de tocar com outras pessoas.
Tinha vontade de fazer outro tipo
de som. A gente tá dando um tempo com o P.U.S. pra todo mundo
ver qual é a sua. O Ronan também
está trabalhando sua carreira solo", justifica.
Depois de um papo liderado pela
fada, a bruxa Syang pede licença e
dá o recado final: "Tudo o que eu
sempre sonhei eu fui conseguindo
realizar, aos poucos, com paciência e trabalho. A gente tem de acreditar nas coisas que quer. Se eu seguisse a vontade da minha família,
seria hoje uma madame, casada
com um príncipe rico. Mas sempre fui do contra. Eu vim para revolucionar essa porra mesmo. Eu
tenho sempre que fazer uma bagunça", admite.
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