São Paulo, segunda, 20 de outubro de 1997.



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Andar na Pedra



(letra: Rodolfo, Digão e Canisso/música: Digão e Rodolfo)

Ia pra praia sempre sem chinelo
E tinha o peito do pé amarelo
A sola grossa era feito um pneu
Corria sempre muito mais do que eu
Andar na praia, mulek, em cima da pedra
O novo som vem da lapada do povo falando merda
Porque a planta do pé dói mais quando pisa nas pontudas
Eu escolho as mais redondas que chama pedra buchuda
Caminha pela trilha que leva por outra trilha
E lá você vai ver a queda d'água e que senhora queda
Lhe peça pra limpar do mal que há tanto tempo assola a terra
Pra saber só quem erra que sangra o pé na subida da serra
Carcaça grossa deixa a marca no chão
Andar na pedra que cê seca o pé
Andar na pedra nêga
Carcaça grossa deixa a marca no chão
Andar na pedra que cê seca o pé
Andar na pedra nêga
Segura a onda, menina, levanta a saia
Eu fico louco ela me enrola e me ensina o rumo da praia
É que o pintor falou que o lado do quadro não está pra cima
Conserta que isso é mal da parede que contamina
Mas feio do que chinela havaiana a farda de cana é brega
O mato vai crescer no Samanda que ali não pega
Rumando a rocha eu sigo a dobra
E deixo a onda vir quando ela vier
Carcaça grossa deixa a marca no chão
Andar na pedra que cê seca o pé
Andar na pedra nêga
Carcaça grossa deixa a marca no chão
Andar na pedra que cê seca o pé
Andar na pedra nêga



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