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SEXO & SAÚDE
>> Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Ele vai pegar outra
"Tenho 23 anos e nunca transei. Estou namorando há 5
meses, e ele me pressiona para fazer sexo. Já disse que, se
eu não ceder, vai pegar outra. Tive uma criação antiga, e
meus pais nunca me deixavam nem namorar. Pratico
masturbação desde os 13 e hoje sinto um prazer imenso
com isso. O que devo fazer?"
TRANSAR OU NÃO é uma decisão absolutamente pessoal, e a gente não vai dizer
aqui para você fazer isto ou aquilo. Mas
vamos ajudar a esclarecer alguns pontos da
sua história para que sua escolha possa ser feita de uma forma mais tranqüila. Muitos jovens
ainda tiveram uma educação à moda antiga:
pais que não conversam sobre sexo, controlam a vida
dos filhos na questão do namoro e não admitem, em hipótese alguma, uma transa antes do casamento.
Essa educação faz com que o jovem muitas vezes enfrente maior dificuldade em lidar com suas decisões na
esfera dos relacionamentos afetivos, já que hoje há uma
tendência para que a vida sexual comece mais cedo e para que as experiências sejam um processo de aprendizado que se acumula antes de um relacionamento mais definitivo, como um casamento ou uma parceria estável.
Aos 23, provavelmente, boa parte das suas amigas e
amigos já têm vida sexual ativa. Assim, como fica para
seu parceiro namorar alguém que não quer fazer sexo
por uma decisão pessoal? É claro que não é legal ele ficar
ameaçando a relação. Mas deve ser complicado, para ele,
não ver nenhuma possibilidade no horizonte.
É lógico que o diálogo com o namorado é fundamental
para tentar chegar a um consenso. Mas, se não existe a
possibilidade de um meio-termo, temos um problema!
Ou ele acaba rompendo para ficar com uma garota que,
mais cedo ou mais tarde, queira fazer sexo, ou você não
agüenta a pressão e resolve ficar com um garoto que, por
exemplo, por princípios religiosos ou por não ter nenhuma pressa em fazer sexo, tope esperar a sua decisão.
Vamos voltar a você: se a masturbação traz um prazer
imenso e você percebe que essa é uma
sensação importante para sua vida, por
que bloquear esse desejo e essa prática a
você mesma? Por que não seguir adiante e aprender a dividir essa experiência
com outra pessoa? Por que não tentar
juntar o prazer físico a uma experiência afetiva? Será que ter intimidade
sexual com alguém que você gosta
e em quem confia não pode ser
uma experiência muito mais
completa do que a masturbação?
Para terminar: quem é que,
daqui para frente, vai tomar
conta e se responsabilizar pela
sua vida emocional e sexual?
São seus pais ou é você mesma?
Não está na hora de enfrentar
essa questão?
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