São Paulo, segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

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02 neurônio

JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO

Luto natalino

A febre de Natal começou com força. Isto é, aquele momento em que você começa a dividir o tempo entre:
1 - A festa da firma (aonde você vai obrigada, senão pega mal no serviço). Ou a festa da escola, aonde você tem que ir senão pega mal na escola.
2 - Comprar presentes no truque (que você faz por obrigação e, de preferência, tentando comprar coisas de R$ 10 que pareçam custar R$ 50; isso para não falar no péssimo hábito de repassar presentes).
3 - Surtar pensando: "Onde é que eu vou passar o Ano Novo?", mesmo que você ache que isso é ridículo, mas, mesmo assim, você vai surtar. E ficar com raiva de pessoas que já decidiram onde iam passar o Ano Novo no Ano Novo passado.
Ou seja, o final de ano é a época mais chata do ano.
Fraternidade natalina? Nada disso! É nesta época que as pessoas se revelam. Que aquela mulher péssima do seu trabalho dá vexame na festinha. Que você lê as notícias mais patéticas. Como, por exemplo, que uma marca de refrigerante fez sua campanha com músicas natalinas em versão punk rock. E com a mensagem: "Neste Natal faça o bem".
Que tipo de bem é esse a que eles se referem? O que sabemos é que temos que nos preparar para não brigar com as nossas famílias na véspera de Natal.
Esquecer a palavra pretê por dois dias e, em alguma hora, chorar. Porque o mundo se divide entre quem acha que Natal é normal e as outras (as que dão uma choradinha na hora da ceia, meio escondido, uma choradinha não de emoção, mas de depressão). Só voltaremos a ser felizes lá pelo dia 5 de janeiro.
Esta coluna está de luto natalino. Rezem por nós.

02neuronio@uol.com.br


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