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Pais influenciam sem querer
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apesar da pressão dos amigos e do mercado publicitário,
são os pais que, mesmo sem
querer, mais influenciam o
consumismo dos filhos.
"Os pais podem incentivar
hábitos de consumo quando
decidem comprar uma roupa
para diminuir o sofrimento do
adolescente. Ou quando o impedem de comprar como forma
de punição", afirma Sandro Caramaschi, professor de psicologia da Unesp. Essas atitudes,
segundo o professor, atribuem
uma importância grande ao ato
de consumir.
Para Daniela Scalon, 20,
-cuja mania é procurar diferença entre suas roupas e as expostas nas lojas para ter a certeza de que não vai comprar
igual- sua mãe também é bastante consumista.
"Eu diria até um pouquinho
pior do que eu", afirma a estudante, que diz perder a noção
do tempo dentro de uma loja.
Pesquisa de 2003 do instituto Ipsos-Marplan aponta que
71% dos adolescentes das classes A e B e 48% das classes C, D
e E fazem compras em shoppings. Para confirmar a característica consumista, sobretudo dos jovens, um estudo da
ONU de 2002 mostra que sete a
cada dez teens brasileiros gostam de fazer compras.
Para o psicoterapeuta Carlos
Eduardo Carvalho Freire, é
preciso se livrar dos padrões
que afirmam que ser jovem é
ser consumidor. "É importante
proporcionar aos adolescentes
experiências nas quais o ato de
consumir possa ser pensado
apenas como uma possibilidade de comportamento, entre
várias outras."
(AF)
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