Em "Torpedo", para ser aceita é preciso estar na modinha

LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

H á muito tempo a febre consumista adolescente deixou de ser assunto doméstico e passou a inspirar filmes e livros.
Agora, chega ao Brasil o mais novo produto desse mercado, a série de livros "The Clique" (a panelinha), que aqui se chama "Garotas S.A.". "Torpedo" é o primeiro volume lançado aqui.
Nele, Massie, Alicia, Kristen e Dylan, todas na faixa dos 13 anos, são as garotas mais ricas e glamourosas da escola OCD, de Westchester (Nova York).
Além de falar no MSN e trocar mensagens de texto por celular, o passatempo preferido das meninas é freqüentar lojas das grifes mais caras do mundo e comprar tudo o que der na telha para desfilar na escola com figurinos milionários.
A história começa com a chegada de Claire, uma menina da Flórida que não dá a mínima para moda. Filha de um amigo do pai de Massie, ela passa a morar com a nova família.
Nesse momento começam também os problemas: Massie precisa ciceronear Claire, mas não suporta sua "cafonice".
"Mais do que um livro sobre a adolescência, eu queria escrever sobre panelinhas. Percebi que a necessidade de se encaixar, de ser aceita, nunca acaba", contou ao Folhateen a autora, Lisi Harrison, 38.
E, na realidade dessas garotas, a aceitação está ligada ao consumo. Quanto mais grifes uma menina usa mais legal ela parece aos olhos dos outros.
"Essas personagens estão mais próximas da realidade hoje do que quando eu era adolescente. Elas são sofisticadas e materialistas", diz Lisi, que foi roteirista da MTV americana por 12 anos e tirou dessa experiência sua inspiração.
Mas, apesar da afinidade com o tema, a escritora confessa: "Não uso grifes. Tenho muito respeito por estilo, não por tendências da moda".