São Paulo, Segunda-feira, 21 de Junho de 1999
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CARTAS
O movimento estudantil está dando o que falar! A polêmica vale a pena? Mande sua mensagem! Vale fax, e-mail ou correio

Show cá, ingresso acolá
"Estou completamente indignada com a UNE, a Ubes e derivados. Eu estava muito a fim de assistir o show do Caetano Veloso no Via Funchal. Os preços variavam de R$ 30 a R$ 100. Então pensei: "Ótimo, se eu comprar meia-entrada, gastarei no máximo R$ 50". O que acontece é que muitas vezes você se vê impossibilitado de exercer esse direito. Os ingressos para estudantes só estavam sendo vendidos no Cabral do Tatuapé! Uma pessoa que mora longe desse local fica sem condições de comprar a meia-entrada, o que é um direito dela! Por que a venda não pode ser no próprio local do show? Se ao menos colocassem vários postos de venda... E, poxa, poderiam pelo menos ter pensado num local de fácil acesso para todos! Na avenida Paulista ou em algum shopping, por exemplo. Não é a primeira vez que deixo de ir a um show por não conseguir comprar meu ingresso. Espero que os responsáveis repensem sobre o que estão fazendo."
Tatiana Allegro, 17 (via e-mail)

"Abaixo a máfia da UNE"
"Em relação ao e-mail enviado pelo centro acadêmico de física da USP (ed. de 7/6), além de eu concordar plenamente com o que foi dito sobre a UNE (União Nacional dos Estudantes), tenho ainda outras críticas.
Em primeiro lugar, não são todos os estudantes que podem pagar por essa carteirinha, e são exatamente esses que têm maior necessidade dessa "meia-entrada".
Em segundo lugar, mesmo os estudantes que possuem a tal carteirinha nem sempre (diga-se: na maior parte dos casos) têm esse direito. Um bom exemplo que ilustra o que eu acabei de afirmar foi o que ocorreu durante a venda dos ingressos para o show do Kiss.
Eles deram dois dias apenas (no meio da semana) para que os estudantes com carteirinha comprassem os ingressos.
E o pior: em um único local. Será que nós, estudantes, não temos o direito de pagar pela metade do preço no local e no dia que acharmos mais conveniente?
A UNE não pensa assim, muito pelo contrário: os ingressos para o show do Gamma Ray para estudantes são limitados e vendidos apenas na UNE(??!!!!!). Abaixo a máfia da UNE!!!!"
Edson Nakamatu, 20 (Santo André, SP)

Em defesa da capa
"Gostaria de fazer uma crítica a Renata F. de Oliveira (ed. de 14/6). A capa do Folhateen sobre TPM (ed. de 24/6) foi feita para adolescentes, e não para crianças. Por isso não dá para entender por que falar sobre erotização infantil.
Ela deveria reclamar de erotização com os programas que fazem concurso do melhor Tchanzinho, com os fabricantes da linha de cadernos da Tiazinha ou com os fabricantes da linha de produtos para crianças da Carla Perez.
A matéria e a capa ajudam quem está entrando nessa difícil época a se entender com seus problemas.
Se ela criticasse quem realmente atrapalha o desenvolvimento psicológico das crianças, seu tempo seria mais bem gasto.
PS: não se esqueça de que as crianças têm sexualidade..."
Carolina do A. Venezian, 20 (São Paulo, SP)

Tropicalismo
"Por que o Folhateen não faz uma reportagem sobre o tropicalismo? Esse movimento foi importantíssimo para o redirecionamento da MPB no Brasil e ainda contribuiu com grandes idéias para movimentos sociais e políticos."
José Eduardo Berto Galdiano, estudante de direito (São Paulo, SP)

"Quero Bon Jovi"
"Oi, querido Folhateen, não deixo de ler nenhuma edição e adoro colecionar os cadernos. Vocês nunca falam do Bon Jovi. Adoraria abrir o jornal e ver uma matéria (ou promoção) sobre a banda mais querida do mundo! Eu quero Bom Jovi! Por favor!"
Kelly (Bongiovi) Oliveira da Silva, 15 (São Paulo, SP)

Mentes falhas
"Na reportagem "Quando o rock and roll fala de amor" (ed. de 7/6), esperei ler alguma citação de grandes canções como "With or without you, I can't live; One love, one life!". E não encontrei nada. Tenho plena confiança na galera do Folhateen e sei que as grandes melodias de Bono Vox foram esquecidas por culpa de nossas mentes falhas."
Regis Vieira de Melo (via e-mail)

Jovem amigo Caetano
"Depois de anos fazendo música para tratamento de insônia, Caetano Veloso bateu todos os recordes. Após mostrar toda a sua "criatividade", gravando um sucesso antigo que está poluindo as rádios, ele conseguiu uma façanha ainda maior, lançar um CD remix. O que ele pretende com isso? Conquistar o irradiante público clubber? Dar um novo rumo à MPB? Talvez a próxima pérola do nosso "jovem amigo" seja lançar um acústico com os agonizantes Titãs, apoiado pela "renovada" MTV. Já que a sua intenção é claramente vender discos, não será novidade futuras músicas em estilo pagode, axé, sertanejo e outros caça-níqueis. Para quem lutou contra a ditadura e se considerava um rebelde, essa é uma maneira medíocre de tentar adiar o fim de sua carreira, que vem se prolongando muito."
Rafael Sbrissia (via e-mail)

"Acorda, Alice!"
"O papel das entidades estudantis está diretamente ligado à luta pela Educação. Quando temos críticas às suas formas, temos críticas a nós mesmos. O movimento estudantil é de todos. As entidades se sustentam por uma porcentagem do valor total das carteiras de meia-entrada. Então, a real empresa "lucradora" nisso tudo é a produtora das carteirinhas. A questão de torná-las um direito de todo estudante leva a uma consequência determinante. Se a entidade não tiver dinheiro em caixa, como pagará seus funcionários? Como realizará seus projetos? Boa vontade não paga conta de luz nem paga aluguel. No recente congresso da UEE-SP, os estudantes votaram sobre o que acreditavam ser bom ou ruim para o movimento estudantil. Isso é democracia. A nossa obrigação é exercer essa representatividade. Devemos fazer uma entidade unificada, sem fragmentações político-partidárias. E não nos estagnar no espaço e no tempo em picuinhas falso-moralistas, que em nada acrescentam ao autêntico ideal do movimento estudantil. O que nós queremos é vencer este governo entreguista, antinacionalista e antieducacional. Para isso, o que precisamos é de união! Agora, que temos de falar do futuro do nosso país, do nosso futuro, dos nossos filhos, vêm nos falar de enriquecimento e ditadura no movimento estudantil!? Acorda, Alice!"
Priscila Néri Schiefer, presidente, e Mônica Simioni, vice-presidente do Diretório Acadêmico 27 de Abril, da comunicação da Fiam (via e-mail)


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