São Paulo, segunda, 21 de setembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

escuta aqui
Sai a lista dos mais bacanas do mundo

ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
especial para a Folha

Sim, ainda existem pessoas bacanas neste mundo, e, em seu incansável objetivo de tornar a vida menos deprimente, "Escuta Aqui" elege hoje algumas dessas figuras ímpares.
Os critérios não seguem exatamente uma linha de objetividade. Na verdade, são absolutamente indefensáveis: não passam de impressões superficiais, dicas de amigos... Em bom português, puros chutes.
Mas, se não fosse assim, não teria graça, certo? Vamos à lista, em ordem decrescente de "bacanidade".
1) Tony Bennett. O melhor cantor do universo, segundo ninguém menos do que Frank Sinatra. O mais cool, também. E o mais largado. Cheio de moral entre a italianada dos EUA que o viu crescer, Anthony Benedetto (seu verdadeiro nome) não esquece as origens (é filho de verdureiro) nem bota banca de muso. Se eu nascesse de novo, queria nascer Tony Bennett.
2) Fred Sanger. Bioquímico inglês, obteve a quase inimaginável glória de ganhar duas vezes o Nobel de química (1958 e 1980). Vive como um eremita, nega-se a dar entrevistas. Não escreveu autobiografia e se comporta como um qualquer. Cool abaixo de zero.
3) Butt-Head. O melhor personagem de desenho animado dos anos 90. Consegue ser semi-retardado mental e irônico ao mesmo tempo. Mantém algum controle sobre o que faz e tem noção de que se passa a seu redor, o que não é o caso do companheiro, Beavis.
4) Telê Santana. Brasileiro bacana é isso aí. Levou o São Paulo a dois títulos mundiais, foi sempre impiedoso com cartolas desonestos (perdão pela tautologia) e transformou Cafu em jogador de futebol.
5) The Mummies. Americanos, reis do rock de garagem, só tocavam vestidos de múmias (inclusive nos ensaios). Tinham um pacto: acabar com a banda assim que recebessem um convite de uma grande gravadora. O convite veio. A banda acabou.
6) Franco Modigliani. Prêmio nobel de economia de 1985, foi flagrado roubando salgadinhos em uma festa do Massachusetts Institute of Technology (EUA), onde leciona. Ao ver as guloseimas tomando o rumo do bolso do marido, a mulher dele exclamou: "Pára, Franco!".
7) Shirley Manson. Vocalista do Garbage. É a grande deusa do pop/rock dos anos 90, e entra na lista porque foi absurdamente gentil com um amigo que a entrevistou por telefone, recentemente. Detalhe: era o dia seguinte ao aniversário dela, devia estar de ressaca etc., etc., etc.
8) Denílson. Dizia um outdoor, em Portobello Road (Londres), na época da Copa: "Se driblar é uma arte, ele é Van Gogh". O outdoor era sobre Denílson, hoje jogador do Betis, da Espanha. Suficiente para inflar o ego de qualquer um, mas não o do ex-são paulino, que até hoje se comporta e joga bola como se ainda aprontasse nas quebradas de Diadema.
9) Todd McFarlane. O que dizer de alguém que ficou milionário renovando o traço do Homem-Aranha, depois criou a série "Spawn" e hoje fabrica os brinquedos mais legais do Sistema Solar? O canadense McFarlane é mais que um cara bacana: é um ídolo.
10) Joey Ramone. Fundador da banda protopunk americana Ramones, que mais de 20 anos depois não pára de influenciar meio mundo. Veio ao Brasil, faz programa de rádio, revelou suas músicas prediletas, foi legal com todo mundo.


Álvaro Pereira Júnior, 35, é chefe de Redação do "Fantástico" em São Paulo.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.