AS MELHORES CANÇÕES
"Crystalised", The XX. É inacreditável que esses meninos do sul de Londres tenham só 20 anos e consigam escrever sobre sentimentos tão adultos.
"Dead End Friends", Them Crooked Vultures. Não é fácil se destacar num álbum tão poderoso, mas essa é a mais estradeira, a mais roqueira. Materialização perfeita da somatória Foo Fighters +The Queens of Stone Age + Led Zeppelin.
"Michael", Telepathe. Como já escrevi aqui, o Telepathe é um Ladytron com hormônios. "Michael", sobre vingança, é sua melhor canção.
"All for the Best", Thom Yorke. Na verdade, um cover da banda dos anos 80 Miracle Legion. Thom Yorke trata a canção com respeito e delicadeza.
"Hysteric", Yeah Yeah Yeahs. Ninguém pronuncia a palavra "steps" (passos) como Karen O.

MELHORES VERSOS
"Please teach me gently / how to breath." "Por favor, me ensine com carinho / A respirar." Está em "Shelter", do XX. A voz de Romy Croft sai frágil, fraturada pela tristeza.

MELHOR LIVRO
"The Strangest Man", Graham Farmelo. Em um ano em que li bem menos do que gostaria, fiquei maluco com esta biografia do Nobel de Física Paul Dirac (1902-1984). Figura genial e esquisitíssima. Leitura fascinante.

MELHOR FILME
Em um ano em que fui ao cinema bem menos do que gostaria, destaco o terror "Deixe Ela Entrar", de Tomas Alfredson. Como definiu um amigo, é um filme magistralmente enquadrado. Em tensão permanente, o espectador sente que algo ou que alguém pode entrar em quadro a qualquer momento, para perpetrar coisas terríveis.

MELHOR SÉRIE DE TV
"Ashes to Ashes", BBC. Sequência de "Life on Mars". Uma policial dos dias de hoje leva um tiro e, ao acordar, se vê nos anos 80 (em "Life on Mars", era um policial, e ele voltava ao anos 70). Trilha sonora precisa, diálogos de humor ainda mais cortantes do que em "LoM".

MELHOR SHOW
Radiohead em São Paulo. (Des)organização vergonhosa, local distante. Mas, em som e em luzes, ninguém supera o Radiohead.

MAIOR MISTÉRIO
Por que algumas bandas bombadas no circuito indie gringo vêm tocar aqui e passam despercebidas? Ex.: Dirty Projectors, Loney Dear e Telepathe (os dois últimos eu queria muito ter visto, mas, ao contrário de tantos, trabalho).

Até 2010.

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