São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 2002

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02 neurônio

Coisas que nós não merecemos

JÔ RALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO

COLUNISTAS DA FOLHA

Tentamos reciclar lixo, ser vegetarianas (nem todas), fazer o bem e não escrever garranchos. Sempre estamos prontas a ajudar uma amiga em perigo, mesmo que ela ligue às 6h da manhã. E identificamos o perigo com algo como "ela ter visto um cara de quem ela era a fim com outra menina".
Ligamos todas as semanas para as nossas mães, gostamos de filhotes de animais e damos banho de creme no cabelo. Somos bacanas. Por isso, não merecemos...

  Ver anúncios de TV iguais aos que víamos na infância. Com mulheres donas-de-casa lindas e felizes cuidando de suas famílias felizes, usando o melhor sabão em pó do mercado. É propaganda enganosa: tanto no que diz respeito à família, quanto à dona-de-casa. Quando nós vamos arrumar as nossas, nunca ficamos glamourosas e com o cabelo penteado.
  Saber que bunda aumenta a audiência de programas de TV.
  Ir a uma rave em que todo mundo agarra todo mundo e não sermos agarradas pelos meninos que paqueramos. Que agarraram um poste, uma tenda, uma passante e um clubber.
  Saber que o David Beckham é casado com a Posh Spice. Se bem que, depois dessa Copa, achamos bem-feito!
  Alguns poréns da língua portuguesa. Como "sombrancelha" se escrever "sobrancelha" e cabeleireiro ser uma palavra que se tem que parar e pensar para não escrever errado! Sem falar no detalhe de sessão e seção. Por que ninguém simplifica a nossa vida?
  Que pessoas que gostam de Toddynho depois que passaram da infância sejam olhadas com ar de reprovação nos supermercados. Aliás, não somos infantilistas coisa nenhuma. Somos lúdicas!
  O preço dos CDs!
  Ficar viciadas em novela a essa altura do campeonato. Poderíamos gastar nosso tempo lendo "Anna Karenina"!
  Ter dificuldade para comprar Grapete.
  Que um pretê não ligue no dia seguinte (claro que não íamos perder essa oportunidade, queridos!).

P.S.: Aliás, ninguém merece!


MOMENTOS DE HISTERIA
"Aqui se faz e aqui se recebe muito pouco em troca"


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e-mail: 02neuronio@uol.com.br



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