Baile Punk

"Sound of Silver", novo álbum do projeto LCD Soundsystem, vai arremessar você na pista

Todo esse papo de eletrônica com guitarras, de rock invadindo as pistas de dança e tal, tudo isso está representado em um disco: "Sound of Silver".
É o segundo disco do LCD Soundsystem, a banda-projeto de James Murphy, produtor (de bandas como Rapture), dono de gravadora (a DFA), e bom DJ (acaba de lançar na Europa o CD mixado "FabricLive").
No estúdio, as canções são feitas por Murphy. Na hora do show ao vivo, ele convida músicos amigos. Método centralizador, ditatorial, mas, aqui, tem sua vantagem: Murphy conhece tudo de música.
Assim, "Sound of Silver" aglutina desde referências a Talking Heads, a Pink Floyd, a bandas e músicas obscuras de rock dos anos 70, George Clinton, ao pós-punk, à disco.
O clima é retrô -mas o presente, para James Murphy, é analógico, e não digital.
Exceto pela lenta e linda "New York I Love You But You're Bringing Me Down", que encerra o disco, "Sound of Silver" é um álbum que te joga na pista. Logo no início, há "Get Innocuous", com espírito eletrônico: os instrumentos -e mesmo os vocais- vão entrando aos poucos e se repetindo em loops, como num transe.
Essa mesma dinâmica impulsiona "All My Friends". Há apenas um acorde em teclado, que vai ficando mais forte, mais alto e, quando entra uma guitarra que lembra New Order, você já está chorando.
O funk e Stevie Wonder aparecem no baixo funkeadíssimo de "Time to Get Away". "Someone Great" tem um excelente jogo de sintetizadores. Quando volta os olhos ao rock, Murphy aparece com "North American Scum", de batidas sujas, um proto-punk com groove. "Watch the Tapes" é ainda mais suja.
Dá para ouvir tudo isso em "Sound of Silver". E também dá para ouvir tudo isso ao vivo: o LCD Soundsystem toca no Via Funchal, em São Paulo, no dia 13 de novembro.