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São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2003

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10 IMPERDOÁVEIS

Waiting for the Moon
Artista: Tindersticks
O CD é uma continuação natural de "Can Our Love..." -o único da banda lançado no Brasil. O forte do disco são as baladas cortantes em que, vez ou outra, o passado mais roqueiro da banda irrompe em meio aos belos arranjos de cordas e metais, que pontuam a poesia melancólica e desesperada de Stuart Staples. São dez faixas assombradas por uma densidade desalentadora, própria do Tindersticks, que só é amenizada pelos belos arranjos que bebem no folk e no soul. (GW)

One World Extinguisher
Artista: Prefuse 73
Scott Herren ficou um ano trancado no estúdio para criar um dos discos mais complexos e vibrantes da história do hip hop. O uso de batidas que desafiam a métrica, a escolha perfeita de samples para criar diferentes climas dentro das músicas e o uso criativo da eletrônica combinado a uma edição meticulosa fazem de "One World Extinguisher" um álbum que pare-cem não se esgotar, oferecendo sempre uma nova perspectiva sonora. (GW)

Me and Giuliani...
Artista: !!!
Um nome pra lá de esquisito (pronuncia-se "chick chick chick"), um disco só com duas faixas de nove minutos cada uma, batidas enérgicas, melodias delirantes e uma grande possibilidade de o The Rapture virar história para boi dormir. O duo de disco-punk criou uma canção irresistível -no longo título "Me and Giuliani Down by the School Yard (A True Story)" que dá nome ao disco-, que parece estar no limite da intensidade a todo momento. A letra? Ataques ao prefeito de Nova York. (FM)

Boy in Da Corner
Artista: Dizzee Rascal
Aos 18 anos, o londrino Dylan Mills produziu e protagonizou esse álbum que desbancou até Radiohead e Coldplay na disputa do prestigiado Mercury Prize. Com linhas de baixo bombásticas (como na absurda "Stop Dat") e uma ciência do ritmo alucinante, Dizzee inventa o que estão chamando de future funk, mas que pode ser muito bem a trilha sonora do apocalipse. Comparado a ele, Eminem vira Chapeuzinho Vermelho. (CSC)

Keep on Your Side
Artista:The Kills
Ela atende pela sigla W, ele responde quando o chamam de Hotel. A dupla assassina com riffs mortais e com um visual pré-punk. Com seu rock primitivo coberto de referências (todas assumidas, diga-se, de Patti Smith a PJ Harvey, passando por Chrissie Hynde), o blues-punk ganha um novo alento em canções tão agressivas quanto sexies. Tente resistir, por exemplo, a "Fried My Little Brains". É impossível. (CSC)

Alcachofa
Artista: Ricardo Villalobos
Álbum de estréia do produtor chileno, "Alcachofa" explora as tangentes da house e do tecno. Seu achado é usar as nuances da "ambient music" e construir belas melodias até o ponto em que a múscia se rende ao quatro por quatro. Assim, Villalobos cria uma tensão entre o ouvir e o dançar -uma luta constante entre a consciência e o transe-, apresentada dos vocais afogados em vocoder de "Easy Lee" até o minimalis-mo tribal de "Fools Garden". (GW)

Lovers
Artista: The Sleepy Jacksons
O álbum de estréia do australiano Luke Steele é um genérico e tanto. É amplo em estilos. A cada faixa, há uma parte das múltiplas influências do rapaz. Do electropop ao alt-country, com um pé na psicodelia, o CD é uma loucurinha pop. Mas "Lovers" é ainda universalizador no tema -o que o torna ora ameaçador ora reconfortante para qualquer coração que bate por alguém. (FM)

Sad Songs for Dirty Lovers
Artista:The National
A origem é a mesma NY das tantas bandas com nome iniciado em The. Mas esta, do sublime título à ilustração da capa, responde a apelos melancólicos, como se pretendesse ser um híbrido de Tindersticks e Smiths. Tarefa quase impossível, não fosse a presença do vocalista Matt Berninger, capaz de belos lamentos tingidos pela fúria roqueira. (CSC)

De-Loused in the Comatorium
Artista: The Mars Volta
Com o fim do At the Drive-In, em 2001, a banda sofreu um racha. O lado branquelo chora suas pitangas emo-rock sob a alcunha Sparta. Já a dupla explosiva Omar Rodriguez e Cedric Bixler, com o Mars Volta, alia performance caótica, muita psicodelia, viagens, letras desconexas e referências latinas. O (des)encontro entre Carlos Santana e Led Zeppelin. (RT)

99 Cents
Artista: Chicks on Speed
Terceiro CD do trio para quem música, moda e arte andam juntos. Performáticas nos shows, feministas e subversivas nas letras e partidárias do experimentalismo, elas radicalizam no uso de sintetizadores sem perder a atitude rock nem cair no electro. São new wave. "We Don't Play Guitars", "Fashion Rules" e "Universal Pussy" dão uma idéia da irreverência das "chicks". (FM)



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