São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

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saúde

Meninos só sabem que dói muito

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No colégio, Breno Brick, 16, cansou de ver meninas chorando, indo para a enfermaria ou voltando para casa. Tudo por causa da cólica menstrual.
"Elas deixam de fazer um monte de coisa. Minhas amigas que têm cólica falam que é tipo uma pontada, como se uma agulha ficasse entrando e saindo o tempo todo", diz ele.
Embora seja um exemplar compreensivo da espécie masculina, Breno acha que algumas garotas "aumentam" o problema. "Sei que é por causa da menstruação, mas as meninas ficam chatas, irritadas, e às vezes elas dão uma exagerada. Se brigam com o namorado, por exemplo, dão a desculpa de que estão com dor."
Pedro Garcia Carneiro, 16, prefere nem começar uma briga quando a namorada está sofrendo com a cólica. "Nesses dias, acho melhor deixá-la quieta, sem passar por irritação. Não acho frescura, sei que a dor dela é muito forte", diz ele, que faz ponderações. "Não sei se dá pra comparar, mas, pra mim, não existe dor pior que chute no saco."
De qualquer jeito, a cólica segue envolta em mistério, ao menos a olhos masculinos. "Não sei como é a dor, mas sei que não é invenção", diz José Augusto Abe, 17. "Minhas duas irmãs têm TPM, a irritação antes de ficar menstruada, e cólica. Aí elas não fazem nada; ficam quietas, deitadas."
Para Tainá Laxe, 16, que começou a tomar anticoncepcionais depois que antiinflamatórios e relaxantes musculares falharam no combate à dor, é irritante ouvir que "cólica é frescura, tome remédio que passa". "Muita gente fala isso. Mas, muitas vezes, a dor não passa. As pessoas não têm noção do quanto dói", diz. (DY)


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