São Paulo, segunda, 23 de fevereiro de 1998

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Lembre-se da credencial do prazer neste Carnaval

ROSELY SAYÃO
especial para a Folha

"Na primeira vez em que transei com minha namorada doeu muito, ela não aguentou fazer nada e saiu um pouco de sangue. No dia seguinte, nós tentamos de novo e não doeu, mas ela reclamou que a camisinha ardia e queimava. Além disso, saiu muito mais sangue e ficou uns dois dias sangrando. Por favor, explique o que aconteceu, o que devemos fazer e se isso é normal ou não."
resposta Não me leve a mal, hoje é Carnaval, e por isso aproveito a sua deixa para esclarecer muitas pessoas sobre a primeira vez, já que nestes dias de folia e erotismo à flor da pele é comum que casais se deixem levar pelo clima e transem sem muita segurança.
Primeiro, parabéns pelo uso da camisinha! É assim mesmo que se faz. Pode ser casal de namorados apaixonados, pode ser casal de transa de Carnaval, pode ser uma simples rapidinha e até a primeira vez: tem sempre de ser com a borrachuda. Ela é a credencial para o prazer. Quem usa fica com a cabeça e o corpo abertos às sensações que podem vir. Já quem não usa tem tudo para ficar travado. Na hora ou logo depois. E lembre: sexo tem de ser bom na hora e deixar boas lembranças.
Existe garota que reclama que ela provoca ardor nas paredes vaginais. Isso pode ocorrer quando a garota está com pouca lubrificação, por exemplo, e a camisinha é daquelas secas. Por que isso acontece? Pode ser a tensão, a ansiedade e até mesmo falta de excitação. Como resolver? Mais tranquilidade, um clima de mais intimidade e, caso necessário, uma dose extra de lubrificante. Nem pensar em vaselina, que estraga a camisinha. Melhor mesmo é o lubrificante íntimo ou espermicida.
E o sangue? Ah, ele provoca tanta confusão. Se não comparece, lá vem desconfiança sobre a falada virgindade; se comparece, pode ser em pequena quantidade ou, então, em demasia... É muita encanação! Fique tranquilo, leitor: o que aconteceu com sua garota é normal. É normal sangrar na primeira vez, é normal não sangrar; e a quantidade varia de mulher para mulher. Mas de uma coisa sua garota não vai escapar: da visita a um ginecologista, agora que já tem vida sexual ativa.
E todos, jovens ou nem tanto, de primeira viagem ou já velhos de guerra, de camarote ou nas arquibancadas, atenção: só pode ser com camisinha. Senão, depois da alegria do Carnaval, vai restar é prejuízo.


Rosely Sayão, 47, é psicóloga e autora dos livros "Sexo é Sexo" (Ed. Companhia das Letras, 1997) e "Sexo: Prazer em Conhecê-lo" (Ed. Artes e Ofícios, 1995). Se você tem dúvidas sobre sexo, escreva para o Folhateen ou mande sua mensagem pela Internet para o e-mail: roselys@uol.com.br



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