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Lembre-se da credencial
do prazer neste Carnaval
ROSELY SAYÃO
especial para a Folha
"Na primeira vez em que transei com minha
namorada doeu muito, ela não aguentou fazer nada e saiu um pouco de sangue. No dia
seguinte, nós tentamos de novo e não doeu,
mas ela reclamou que a camisinha ardia e
queimava. Além disso, saiu muito mais sangue e ficou uns dois dias sangrando. Por favor, explique o que aconteceu, o que devemos fazer e se isso é normal ou não."
resposta Não me leve a mal, hoje é Carnaval,
e por isso aproveito a sua deixa para esclarecer muitas pessoas sobre a primeira vez, já
que nestes dias de folia e erotismo à flor da
pele é comum que casais se deixem levar pelo
clima e transem sem muita segurança.
Primeiro, parabéns pelo uso da camisinha!
É assim mesmo que se faz. Pode ser casal de
namorados apaixonados, pode ser casal de
transa de Carnaval, pode ser uma simples rapidinha e até a primeira vez: tem sempre de
ser com a borrachuda. Ela é a credencial para
o prazer. Quem usa fica com a cabeça e o corpo abertos às sensações que podem vir. Já
quem não usa tem tudo para ficar travado. Na
hora ou logo depois. E lembre: sexo tem de
ser bom na hora e deixar boas lembranças.
Existe garota que reclama que ela provoca
ardor nas paredes vaginais. Isso pode ocorrer
quando a garota está com pouca lubrificação,
por exemplo, e a camisinha é daquelas secas.
Por que isso acontece? Pode ser a tensão, a
ansiedade e até mesmo falta de excitação. Como resolver? Mais tranquilidade, um clima de
mais intimidade e, caso necessário, uma dose
extra de lubrificante. Nem pensar em vaselina, que estraga a camisinha. Melhor mesmo é
o lubrificante íntimo ou espermicida.
E o sangue? Ah, ele provoca tanta confusão.
Se não comparece, lá vem desconfiança sobre
a falada virgindade; se comparece, pode ser
em pequena quantidade ou, então, em demasia... É muita encanação! Fique tranquilo, leitor: o que aconteceu com sua garota é normal. É normal sangrar na primeira vez, é normal não sangrar; e a quantidade varia de mulher para mulher. Mas de uma coisa sua garota não vai escapar: da visita a um ginecologista, agora que já tem vida sexual ativa.
E todos, jovens ou nem tanto, de primeira
viagem ou já velhos de guerra, de camarote
ou nas arquibancadas, atenção: só pode ser
com camisinha. Senão, depois da alegria do
Carnaval, vai restar é prejuízo.
Rosely Sayão, 47, é psicóloga e autora dos livros "Sexo é Sexo" (Ed. Companhia das Letras, 1997) e "Sexo: Prazer em Conhecê-lo" (Ed. Artes e Ofícios,
1995). Se você tem dúvidas sobre sexo, escreva para o Folhateen ou mande sua mensagem pela Internet para o e-mail: roselys@uol.com.br
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