São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2001

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MÚSICA

A antifolia do Los Hermanos

Banda carioca renega o sucesso fácil de "Anna Júlia"

FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

É impossível falar da banda carioca Los Hermanos sem associá-la de imediato ao hit "Anna Júlia". Mais difícil é não encontrar alguém que ouça rádio e não saiba cantar o refrão completo da música.
Não é para menos, a canção se tornou uma epidemia fora de controle. Foi martelada no rádio e na TV durante meses, virou fenômeno jovem, despertou amor e ódio.
Para a banda foi uma surpresa, já que muitos artistas passam toda a carreira tentando emplacar um hit mesmo sem a dimensão alcançada por "Anna Júlia". Agora, surpresa é ouvir "Bloco do Eu Sozinho", segundo disco que o Los Hermanos acaba de lançar.
Quando parecia mais do que óbvio a banda compor um novo disco baseado nas sonoridades sessentistas do hit que os consagrou, o Los Hermanos quebra tudo. "Bloco do Eu Sozinho" vai na contramão do sucesso fácil e dos hits grudentos.
"Fizemos um disco alheio a expectativas", admite Marcelo Camelo, 23, guitarrista, vocalista e principal compositor do grupo. Na definição da própria banda, se o primeiro disco do Los Hermanos fosse o Carnaval, "Bloco do Eu Sozinho" seria a Quarta-Feira de Cinzas. É melancólico, mais sério (às vezes até chato), menos comercial e pretensioso.
Das melodias pegajosas e simples o grupo passou a arranjos mais complexos e uso de metais. Até um instrumento estranho como a tuba entrou na antifolia da banda e abre o disco em "Todo o Carnaval Tem Seu Fim". Com isso, perderam o baixista original, Patrick Laplan, que saiu alegando "diferenças artísticas".
"Não queremos virar underground agora. Escolhemos uma proposta diferente, um caminho mais difícil e que nos deixa mais felizes", explica Camelo.



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