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VOCÊ É O CRONISTA
No táxi
JULIA MARQUES SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Taxistas sempre têm assunto, incrível. E, o que é
mais incrível ainda, são
sempre variados.
Fala-se de tudo dentro daquele carrinho laranja levemente
fosforescente. Futebol (talvez
esse seja o preferido deles), viagens, ética, como a cidade está
violenta, qual será o fim da novela, como o presidente Lula é
ótimo (ou não, depende do motorista) e, enfim, os assuntos
mais variados possíveis.
O que varia muito também é
o gosto musical. Tem de tudo.
Sertanejos no último volume,
música gospel, a rádio mais
descolada da cidade, ou nada.
É fácil saber o gosto do taxista. Há os mais quietinhos, que
não falarão nada nem ouvirão
nada, e há os que ouvem um
"modão" de viola no máximo e,
o que é pior, tentam cantar
mais alto do que os cantores.
E, no final de todo esse blablablá que normalmente não
acrescenta nada a nossas vidas,
o taxímetro mostra um número grande. Ou seja, você paga
caro para ouvir lorotas de motoristas de táxi.
Mas agora vou indo, porque
volto pra casa de táxi e tenho
que me informar dos resultados dos jogos de ontem.
JULIA SILVA, 14, é estudante em Curitiba
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