|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
02 neurônio
Pela paz com todo mundo
JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO
COLUNISTAS DA FOLHA
Quando éramos punks de classe média, éramos fanáticas por uma música do Cólera (uma banda punk de verdade) chamada "Pela Paz em Todo o
Mundo". Gritávamos em nossos quartos "eu me importo, eu me importo
com a paz, com a paz em todo o
muuundo". Também nos habituamos,
depois de mais velhas, a fazer todos os
nossos brindes dizendo: "Pela paz
mundial". E, quando esta coluna for
publicada, as bombas estarão voando
pelos céus. O objetivo, segundo o mentor da guerra -o péssimo George W.
Bush- é a paz em todo o mundo.
E, em tempos como estes, nossos dramas pessoais ficam bem pequenininhos. "Ele não me ligou?" Dane-se, o
mundo está em guerra. "A gente ficou e
depois ele não respondeu ao meu e-mail?" Não interessa, o mundo está em
guerra. Ele que se dane. E a gente que se
dane também com as nossas pequenezas.
Então, é hora de a gente fazer nossa
parte, sim. Afinal, é muito fácil sair culpando o alheio e pronto! Claro que não
temos o menor envolvimento direto
com a guerra, mas temos obrigação de
aumentar o nível de bondade mundial.
Sim, onde está sua porção escoteiro (no
bom sentido!)? Aquele lance de fazer
uma boa ação todo dia?! Ajudar velhinhas a atravessar no sinal? Por isso,
neste momento, defendemos a paz nos
relacionamentos pessoais a partir do
seguinte estatuto:
Nenhum amigo pode brigar
com o outro por bobagem.
Estão abolidas, definitivamente, briguinhas por causa de picuinhas do estilo "fulano saiu com a sicrana e não me
chamou". Se você estiver no centro do
fogo cruzado de amigos, precisa dar um
jeito de manter a paz. Nem que seja
mentindo e falando coisas do estilo:
"Ele saiu com a fulana porque ela estava
mal quando soube que seu namorado
virou travesti". Tudo bem que ela nem
tinha namorado.
Ninguém precisa ser
escudo humano de nada!
Por isso, se algum pretê resolver atacá-la com seus problemas e neuroses,
caia fora. Você não tem culpa se ele é
mal resolvido, mal comido ou tem uma
relação traumática com os avós. Ele que
resolva sozinho. Como sempre dizemos... cada um com os seus problemas.
Cuidado com a
demarcação de território.
É claro que você não vai ficar com o
namorado da sua amiga. Só que, muitas
vezes, acontece o fenômeno "eu vi primeiro!". Aparece um passante lindo em
algum lugar, por exemplo, na praia.
Uma de suas amigas aponta e diz: ele é
meu pretê. Isso significa que ninguém
mais pode ficar com ele? Não. É uma situação que, muitas vezes, acaba em
bombardeios, mas explique calmamente a ela que, para ter alguém, não basta
colocar uma plaquinha de "alugado".
Não crie inimigos.
Ele não quis ficar com você? Ele broxou? Acontece, queridas. E não quer dizer que ele seja um babaca. É difícil
aprender isso, mas a verdade é que ninguém é obrigado a ser a fim da gente. E
o pior: quem não nos quer pode ser,
sim, uma pessoa incrível.
Texto Anterior: + Saúde: Estudo registra índice alto de hipertensão entre jovens Próximo Texto: Game On: A hora é de reunir os dois lados da força Índice
|