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folhateen explica
Americanos esperam ataques "cirúrgicos" com arma "inteligente"
Tecnologia tem papel crucial na ofensiva dos EUA no Iraque
DA REPORTAGEM LOCAL
A guerra que o presidente norte-americano,
George W. Bush, começou na noite de
quarta-feira (horário de Brasília) ao bombardear alvos da capital iraquiana, Bagdá, tinha a
aparência de ser uma reedição do ataque que
seu pai, George Bush, empreendeu contra
Saddam Hussein, em 1991.
Para quem ainda se lembra, as armas usadas na quarta-feira -mísseis de cruzeiro Tomahawk e bombas lançadas a partir de caças-bombardeiros F-117 - foram dois dos destaques da ofensiva norte-americana de 1991.
Mas, se, na aparência, pouco mudou entre
as campanhas de Bush pai e de Bush filho, na
prática, a tecnologia à disposição dos EUA
hoje está anos-luz à frente da utilizada na
Guerra do Golfo.
Em cena, entrará a guerra digital. Os mesmos aviões e tanques que lutaram em 1991
voltam ao Iraque equipados com tecnologia
digital e eletrônica de ponta, aumentando, em
tese, a capacidade de promover ataques "cirúrgicos" a alvos iraquianos.
A principal evidência de que os EUA e seus
aliados britânicos se apóiam na tecnologia
para derrubar Saddam Hussein é o fato de
que as forças aéreas e terrestres deslocadas
para o golfo Pérsico representam cerca da
metade das usadas para expulsar as tropas
iraquianas do Kuait durante a Guerra do Golfo. Em contrapartida, o percentual de bombas "inteligentes" saltou de 10% do arsenal
em 1991 para aproximadamente 90% hoje.
Essa equação espelha a estratégia dos EUA
de formar pequenos grupos terrestres suficientemente ágeis para escolher alvos-chave e
acionar um ataque "inteligente" usando
bombas orientadas pelo sistema de posicionamento de satélites GPS.
O emprego de armas "inteligentes" serve a
dois propósitos. O primeiro é tentar reduzir o
número de baixas norte-americanas. O segundo é a tentativa de diminuir o número de
civis mortos. Pois, para os EUA, será mais fácil controlar a transição política após a queda
de Saddam Hussein e contornar a crise internacional gerada pelo ataque sem o aval das
Nações Unidas se morrerem poucos civis.
Para promover ataques "cirúrgicos", os
EUA contam com as bombas JDAM -projéteis "burros" que ficam "inteligentes" ao ter
acoplados a suas caudas receptores de satélite
GPS e sistemas de manobra até o alvo.
Contudo, em reportagem publicada pela revista "New Scientist", especialistas advertem
que as bombas "inteligentes" podem ser enganadas. Se os iraquianos tiverem o know-how
certo, eles podem confundir o sinal do satélite
e fazer com que a margem de erro dessas
bombas passe de 13 m para cerca de 30 m.
Um bom argumento para quem defende
que guerra e inteligência não são compatíveis.
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