São Paulo, segunda-feira, 24 de maio de 2010

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LITERATURA

Harry Potterianas

Jovens escritoras buscam poção do sucesso inspiradas na série de J.K. Rowling

SAMIA MAZZUCCO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Gabriela Diehl, 16, escreveu um livro sobre bruxas. Adriana Barbosa, 18, criou aventuras de um príncipe, e Carolina Munhóz, 21, inventou uma fada. Além de jovens, as três embarcaram na literatura influenciadas pelo sucesso de "Harry Potter", da britânica J.K. Rowling.
"Acho a série fantástica. A autora é minha inspiração", diz Adriana, que assina com o pseudônimo Selène D'Aquitaine. "O nome combina mais com as histórias", diz.
No mês passado, ela lançou seu terceiro livro, "Annástria: O Príncipe dos Deuses" (Ícone Editora, R$ 48). É o primeiro de uma trilogia. E as coincidências com a série de Rowling vão de seres fantásticos a profecias.
Gabriela lançou o primeiro livro, "As Bruxas de Westfield" (Giz Editorial, R$ 29,90), na Bienal do Livro do Rio de 2009, e também aposta numa trilogia. O segundo volume será lançado na Bienal de São Paulo, em agosto.
A inspiração para escrever vem "de algo da TV ou do dia a dia". Mas o bruxinho britânico também teve sua parcela de participação. "Li "Harry Potter" e me inspirei nele."
Carolina é uma "apaixonada" por Londres. E Potter pautou seu projeto de vida.
Sem nunca ter pisado na capital britânica, ela escreveu, aos 16 anos, o livro "A Fada" (Editora Arte Escrita, R$ 36), que tem a cidade como cenário.
E dá muita grana escrever livros? Por enquanto, as jovens dizem que não. Gabriela guarda o que recebe na poupança, e Carolina está recuperando os R$ 7.500 investidos na impressão dos 2.000 exemplares de "A Fada".
Publicar não é tarefa fácil. "Com 14 anos mandei o manuscrito para 12 editoras, e a maioria me achou uma pirralha ousada", conta Adriana.
Duas escritoras experientes dão dicas sobre o começo da carreira (veja ao lado).
Tatiana Belinky, 91, faz parte da Academia Paulista de Letras e escreveu dezenas de livros. Ela avisa que não existe história perfeita e diz que prefere "bruxas a fadas, pois não são tão boazinhas."
Índigo, pseudônimo da escritora Ana Cristina de Oliveira, 38, tem 22 livros publicados. Ela avalia que cada vez mais vão surgir jovens escritoras com o perfil de Gabriela, Adriana e Carolina.
"A literatura juvenil se divide em antes e depois de "Harry Potter'", explica.


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