São Paulo, Segunda-feira, 24 de Maio de 1999
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Metendo a boca
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Teatro recusa protocolo da carteirinha, UNE endossa

da Redação

A história de hoje é da estudante de São Paulo indignada porque não conseguiu pagar meia-entrada num teatro com o protocolo da carteirinha da UNE (União Nacional dos Estudantes). Ela solta os cachorros contra a instituição e a produção da peça. Confira abaixo esse caso e também a resposta dos responsáveis pelo serviço, a produção da peça e a UNE.

"Sou estudante da Faculdade de Artes Cênicas, e são exatamente 19h50: acabei de chegar da r. Augusta, do Teatro Procópio Ferreira. Fui lá com o intuito de ver "O Crime do Dr. Alvarenga". Mas, quando tentei comprar os ingressos (que não estavam esgotados, veja bem), um velho e conhecido empecilho: estava somente com o protocolo da carteirinha estudantil da UNE.
A bilheteria do teatro não aceitou o protocolo porque a produção da peça decidiu assim, sem mais nem menos.
Das duas, uma. Ou a produção é mercenária a ponto de proibir os estudantes que não têm dinheiro suficiente de assistir a peça, elitizando ainda mais o teatro. Ou, mais uma vez, a UNE me decepciona, não representando os estudantes nem exigindo que esse tipo de produtor cumpra um dever.
Se a UNE e demais organizações não conseguem isso (que é a base de suas atividades -e lucro!!!), imagine representar uma classe politicamente.
Pois é. Isso é muito sério."
Beatriz A. Borin, 18 (via e-mail)

Resposta da produção da peça - Segundo a administradora do espetáculo "O Crime do Dr. Alvarenga", Cláudia Marques, a meia-entrada está garantida, sim, com a apresentação do protocolo, mas desde que acompanhado de um documento com a fotografia do estudante.
"Já aconteceram casos de gente tentando pagar meia com o protocolo de outra pessoa", afirma a administradora.
A bilheteria do teatro tem a orientação de permitir o pagamento de meia-entrada por estudantes com a apresentação do protocolo e do RG, por exemplo. Cláudia Marques diz que, se houver algum problema na entrada do teatro para estudantes que apresentem a documentação exigida, basta procurá-la no local.
Resposta da UNE - O gerente do departamento de carteiras da UNE, Ricardo Leyser, afirma que a atitude da direção do teatro é correta. "Realmente não há como comprovar que o protocolo pertence ao estudante se ele não apresentar um documento com foto", diz ele, que dá ainda uma informação fundamental.
Na verdade, o protocolo não garante a meia-entrada. Veja a explicação da UNE: "Segundo a legislação, para pagar meia o estudante tem de apresentar a carteirinha da UNE ou da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas). Aceitar o protocolo é uma concessão que alguns teatros, cinemas e até casas de shows fazem. Mas eles não são obrigados, e a UNE não pode fazer nada legalmente", diz.
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