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sexo e saúde
JAIRO BOUER
COLUNISTA DA FOLHA
"Conheci uma garota
de 16 em uma viagem à Bahia e ficamos uns 20 dias. Em
2001, mantivemos
contato e ela queria
que eu voltasse. No
verão de 2002, voltei,
moramos juntos e foi
ótimo. Tive de partir
sem ela e prometi voltar logo. Dias depois
ela ligou e disse que
não queria mais nada. Estou péssimo e
não paro de pensar
nela. O que faço?"
Término de namoro pode trazer sofrimento, mas isso passa
Olha lá: mais um desencontro amoroso,
uma situação que acontece muito mais do
que a gente gostaria. E quem é que nunca passou por um momento desses na vida? Mas vamos combinar que essa sua história já estava
marcada por algumas dificuldades e limites
bastante importantes!
Em primeiro lugar, existe uma distância
geográfica. Você mora longe da menina de
quem ficou a fim. E é mais complicado mesmo um relacionamento sobreviver a distância
por um tempo prolongado. Não que seja impossível, mas, sem dúvida, é mais difícil.
Depois existe a diferença de idade. Pelo que
você conta, você é um cara mais velho e mais
experiente. Amores também podem atravessar essa barreira, mas será que uma menina
de 16 tem as mesmas expectativas em relação
ao namoro e a mesma capacidade de lidar
com as ausências do que um cara mais velho?
Às vezes, quando a gente conhece alguém,
mesmo sabendo que existem diferenças importantes, resolve bancar o desafio e tentar a
relação. São os afetos, a emoção, a paixão que
acabam passando a perna na razão e na lógica. Essa sensação é muito gostosa, mas a gente
tem de saber que ela pode chegar a alguns
momentos críticos.
Por exemplo, vamos supor que vocês resolvessem enfrentar as dificuldades e as diferenças e quisessem mesmo ficar juntos. Alguma
mudança mais radical deveria ser feita. Talvez
você tivesse de mudar para a Bahia e arrumar
um trabalho por lá ou ainda conversar com a
família dela e tentar trazê-la para morar com
você em sua cidade.
A pergunta é: será que você e ela teriam cacife para enfrentar essas mudanças, que não
são assim tão simples? Provavelmente não teriam, tanto é que romperam. E isso não é nenhuma grande falha. É que, na lógica da vida,
em geral, a gente não consegue esquecer totalmente a razão e ceder espaço à emoção.
A emoção vale por si mesma e vale pelo que
foi vivida. Só o fato de vocês terem embarcado nessa história, mesmo que por tempo limitado, já foi legal. Tudo na vida tem começo,
meio e fim. As relações e as paixões são assim
também. E a gente tem uma tremenda dificuldade de entender isso. Namoros e casamentos acabam, paixões terminam.
Talvez você precise entender agora que o
namoro de vocês, pelo menos do modo que
rolou até aqui, encontrou seu ponto final. Nada impede que um dia, em uma situação diferente, vocês se reencontrem e retomem a história. Mas agora parece ter chegado ao fim
mesmo. Dois meses de sofrimento é um tempo que parece interminável, mas pode apostar
que isso passa! Se você acha que precisa de
um suporte especial,
busque a ajuda de um
terapeuta.
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