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São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2003

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Exercício demais pode causar sérios problemas à saúde

Quero ser GRANDE

Flávio Florido/Folha Imagem
Guilherme Domingos dos Santos, 19, que muitas vezes se sente 'pequeno'; e, na página ao lado, Bruno Mello, 21, que já teve que fazer fisioterapia por causa da malhação


MARCOS DÁVILA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

"Quem foi que disse que eu era forte?/ Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol.../ (...) Minha armadura é de casimira dura / Que me dá musculatura, mas que pesa e faz doer".
Escritos em 1936, os versos acima -do samba "Tarzan, o filho do Alfaiate", de Noel Rosa e Vadico- mostram com humor peculiar que, já naquela época, a preocupação com os músculos infligia sacrifícios aos rapazes. Quem dera, porém, tudo pudesse ser resolvido com um paletó bem cortado por um alfaiate.
Hoje em dia, a busca pelo corpo perfeito nas academias -que recebem mais e mais adeptos com a proximidade do verão - chega a limites doentios. Pesquisas recentes indicam excesso de malhação nas academias e abuso de suplementos alimentares, e psiquiatras apontam o surgimento de uma nova síndrome, a vigorexia.
Conhecida também como Síndrome de Adônis, a vigorexia tem sua maior incidência em homens extremamente musculosos que, mesmo malhando diariamente, continuam se vendo flácidos.
Além de praticar jiu-jitsu e de ter feito cinco anos de capoeira, o estudante de educação física Guilherme Domingos dos Santos, 19, malha de segunda a sexta há três anos. Com 97 quilos e o braço mais largo que a coxa de muito homem por aí, ele afirma se identificar "um pouquinho" com os efeitos da vigorexia. "Eu me olho no espelho direto e falo: "Tô magro'", diz o estudante, que já ficou com vergonha de tirar a camisa em um churrasco entre amigos, se achando muito pequeno. "Todo mundo fala que assim já está bom, mas eu treino para mim. Quero ficar grandão."



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