|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Exercício demais pode causar sérios problemas à saúde
Quero ser GRANDE
Flávio Florido/Folha Imagem
|
Guilherme Domingos dos Santos, 19, que muitas vezes se sente 'pequeno'; e, na página ao lado, Bruno Mello, 21, que já teve que fazer fisioterapia por causa da malhação |
MARCOS DÁVILA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
"Quem foi que disse que eu era forte?/
Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol.../ (...) Minha armadura é
de casimira dura / Que me dá musculatura, mas que pesa e faz doer".
Escritos em 1936, os versos acima -do
samba "Tarzan, o filho do Alfaiate", de
Noel Rosa e Vadico- mostram com humor peculiar que, já naquela época, a
preocupação com os músculos infligia
sacrifícios aos rapazes. Quem dera, porém, tudo pudesse ser resolvido com um
paletó bem cortado por um alfaiate.
Hoje em dia, a busca pelo corpo perfeito nas academias -que recebem mais e
mais adeptos com a proximidade do verão - chega a limites doentios. Pesquisas recentes indicam excesso de malhação nas academias e abuso de suplementos alimentares, e psiquiatras apontam o
surgimento de uma nova síndrome, a vigorexia.
Conhecida também como Síndrome
de Adônis, a vigorexia tem sua maior incidência em homens extremamente
musculosos que, mesmo malhando diariamente, continuam se vendo flácidos.
Além de praticar jiu-jitsu e de ter feito
cinco anos de capoeira, o estudante de
educação física Guilherme Domingos
dos Santos, 19, malha de segunda a sexta
há três anos. Com 97 quilos e o braço
mais largo que a coxa de muito homem
por aí, ele afirma se identificar "um pouquinho" com os efeitos da vigorexia. "Eu
me olho no espelho direto e falo: "Tô magro'", diz o estudante, que já ficou com
vergonha de tirar a camisa em um churrasco entre amigos, se achando muito
pequeno. "Todo mundo fala que assim já
está bom, mas eu treino para mim. Quero ficar grandão."
Texto Anterior: Música: Com muitos níqueis a mais Próximo Texto: Frases Índice
|