DO COLUNISTA DA FOLHA

Uma pesquisa divulgada pela BBC na última semana mostrou resultados conflitantes quanto aos conhecimentos que os brasileiros têm sobre a Aids.
De um lado, o Brasil foi o país que mostrou menor conhecimento das consequências da Aids (61% acham que Aids não mata). No México, 31% dos entrevistados disseram duvidar que a doença seja fatal e, nos EUA, apenas 2%. A pesquisa ouviu, por telefone, mais de mil brasileiros em agosto deste ano.
Outra imprecisão foi que, apesar de conhecer as principais formas de transmissão do vírus, 23% responderam que compartilhar objetos pessoais, como toalhas, pode transmitir a doença.
Do outro lado, em relação à educação de crianças sobre a Aids, o Brasil é o segundo mais liberal dos 15 países abordados. Apesar de ser um país católico, 94% dos entrevistados disseram que crianças antes dos 14 anos já devem ser informadas sobre a proteção da camisinha.
Quase a totalidade dos entrevistados, 99%, responderam que o HIV é transmitido por meio da relação sexual desprotegida e do compartilhamento de seringas com uma pessoa infectada.
A resposta brasileira à Aids é, reconhecidamente, uma das melhores do mundo. Mas essas distorções de informação podem levar a preconceitos ou até a comportamentos de risco. (JB)


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