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quadrinhos
Os quadrinistas estão chegando
A partir de hoje, o Folhateen passa a publicar histórias de três novos desenhistas
IVAN FINOTTI
EDITOR DO FOLHATEEN
A partir de hoje, três
novos quadrinistas
passam a fazer parte
do time da página 12
do Folhateen. São a
gaúcha Chiquinha, o carioca
André Dahmer e o austríaco
Jan Limpens. Os três, cada um
com um estilo (veja seus auto-retratos ao lado das fotos) e
uma proposta completamente
diferentes, vão se alternar com
os já veteranos Adão Iturrusgarai, Allan Sieber e Laerte.
Chiquinha é o pseudônimo
da estudante de jornalismo Fabiane Bento. Com apenas 22
anos, Fabiane é estagiária de
reportagem do "Jornal do Comércio", de Porto Alegre, e desenha basicamente nas horas
vagas.
Há dois anos, publicou pela
primeira vez uma tira na revista "Mad". Lá, conheceu o lendário editor Ota, cujo traço é
grande fonte de inspiração para Chiquinha.
"Desenho desde que sou
criança. Na aula, estava sempre
rabiscando com balãozinho. E
nas provas também. Fazia, por
exemplo, o Karl Marx dizendo
uma frase ou uma ameba falante. Os professores achavam engraçado e me davam um meio
certo", diverte-se.
Caso raro no mundo predominantemente masculino dos
quadrinhos, especialmente no
Brasil, Chiquinha suspeita que
a falta de companheiras na área
se deva à diferença de estilos de
humor.
"Acho que as mulheres costumam fazer piadas mais direcionadas a elas mesmas ou a
coisas femininas", diz.
No Folhateen, ela pretende
desenhar situações que os adolescentes enfrentam no cotidiano, como os problemas que
podem rolar por causa de uma
ficada, tema de sua estréia hoje
na página 12.
Para quem quiser conhecer
mais, o blog Chiqsland Corporation está no endereço www.insanus.org/chiqsland.
Enfant terrible
André Dahmer é um carioca
de 32 anos formado em design
gráfico e com cara de certinho.
Mas suas histórias estão entre
as mais "erradas" da atual produção brasileira de histórias
em quadrinhos.
Seus personagens Malvados
(www.malvados.com.br),
dois seres sem nenhuma correção política, são hits na internet, onde alcançaram 1,5 milhão de visualizações de página
no mês passado.
Ao contrário de Chiquinha,
Dahmer não é um fã de quadrinhos desde a infância. "Em
2001, fiz umas cinco tirinhas
para colocar no site de uns amigos. Deu certo, e fui em frente."
Só depois disso ele passou a
conhecer o trabalho de monstros como Will Eisner e Robert
Crumb. "E o Laerte e o Angeli,
que foram com o facão na frente, abrindo a trilha. Estou orgulhoso de colaborar para o mesmo jornal que eles."
Malvados já rendeu um livro
em 2005 e uma tira diária no
carioca "Jornal do Brasil", mas
não é isso que Dahmer pretende trazer para o Folhateen.
"Estou trabalhando em cima
das minhas memórias, ou "desmemórias". Histórias da adolescência e da época de escola,
que são momentos não necessariamente engraçados."
Um austríaco em SP
Vencedor no ano passado da
categoria Quadrinhos do 3º
Concurso Folha de Ilustração
e Humor, Jan Limpens-Doenraedt, 36, apresenta um traço
detalhista e sofisticado.
Talvez devido à origem estrangeira, suas histórias também partem de um ponto-de-vista normalmente diferenciado. "Elas têm um tipo de roteiro muito raro", afirmou Laerte,
na ocasião do concurso.
Nascido em Viena, Limpens
resolveu rodar o mundo antes
de entrar para o serviço militar
austríaco e acabou no Brasil,
onde conheceu sua mulher.
Após cinco anos na Europa
Central, o casal voltou a São
Paulo e Limpens começou a fazer quadrinhos. Antes, tinha tido pouco contato com o gênero. "A primeira HQ que li foi da
Vampirella", conta.
Passeando por vários estilos
(confira em www.limpens.com), não teve dificuldades de
se estabelecer como um ilustrador respeitado no meio.
No Folhateen, Limpens desenvolverá a história de dois lutadores mexicanos, El Pablo e
El Diablo. Vai ser um nocaute!
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