São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2008

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comportamento

Quarta hora

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Caras e bocas, poses para o espelho e para a fotografia. Cada par de óculos criava uma identidade diferente, como se um simples acessório pudesse reescrever suas vidas. A tarde caía e com ela aumentava a fome e também a freqüência do shopping center. Mais e mais adolescentes, muitos deles conhecidos do bando, chegavam para suas atividades rotineiras, todas elas envolvendo consumo.
Sexta-feira é dia de balada, e o shopping é definitivamente um ponto de encontro. Ligia Gimenes contou que freqüenta o shopping mais de duas vezes por semana. "Venho com minhas primas, com meus amigos e fico rodando por aí, zoando, que nem a gente fez hoje. Quando venho pra fazer compras caras minha mãe vem comigo. Mas fico com vergonha porque tem sempre gente conhecida. Minha mãe quer me abraçar, pegar na minha mão. Prefiro vir sem ela, para ela não ficar magoada comigo."
O grupo deixou a Chilli Beans e ficou mais de meia hora em frente às escadas rolantes, falando da vida alheia, discorrendo sobre diferentes temas enquanto o tempo passava.


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