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ESSE TAL DE ROCK AMERICANO
Desde o grunge (91) os EUA não reúnem tanta banda boa; Brasil já lança CDs e vê shows
Muito além dos Strokes
Divulgação
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Integrantes da banda Black Rebel Motorcycle Club, de San Francisco |
LÚCIO RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Você pensou que os Strokes eram tudo?
O efeito Nirvana por enquanto é
menor, mas desde o grunge do começo
dos anos 90 o rock americano não se
constituía em tão significativa cena. E
não produzia tantas bandas boas, energéticas e explosivas.
Quem, em 2001, foi bombardeado pelo
"assunto Strokes" e decidiu verificar o
que realmente estava acontecendo, pôde
enxergar que pela mesma porta aberta
pelo grupo nova-iorquino estavam passando em alta velocidade nomes como
White Stripes, Black Rebel Motorcycle
Club, Le Tigre, Moldy Peaches e um
monte de outras bandas.
Não coincidentemente, o eco da atual
excelente safra do "american rock" já é
ouvido em alto e bom som no Brasil, que
está recebendo os lançamentos do último CD do "hypado" e peculiar White
Stripes (Detroit), o primeiro álbum da
elogiada banda de punk dance Le Tigre
(Washington) e o show do destruidor
Trail of Dead, integrante da prolífica cena texana (leia à pág. 5).
A soturna Black Rebel Motorcycle
Club, já bem tratada aqui no Folhateen,
grita de San Francisco: "I gave my heart
to a simple chord/ I give my soul to a new
religion/ what ever happened to you/
what ever happened to our rock'n'roll"
(Eu dei meu coração a um simples acorde, eu dei minha alma a uma nova religião, o que está acontecendo com você, o
que está acontecendo com meu
rock'n'roll).
A Sum Records ouviu o BRMC e correu para lançar Le Tigre e White Stripes
(veja ao lado). Strokes toca bastante em
rádios brasileiras, é tema de especial da
MTV, tem cartaz espalhado por todo o Rio de Janeiro e já é hit de vendas em lojas
de rock paulistanas.
Para aproveitar a turnê do ótimo grupo
texano pelo país, a gravadora Trama prepara a edição nacional do Trail of Dead
ainda para este mês.
E a nova gravadora indie FNM promete
para janeiro o recém-lançado (lá fora)
disco de estréia do desmiolado Andrew
WK, sujeito que parece Iggy Pop cantando no AC/DC com a máscara do Kiss.
Você ainda vai ver muito a capa do disco
dele, "I Get Wet", ilustrada por seu rosto
bem... ensanguentado.
O Folhateen preparou um mapa (veja
ao lado) do rock made in USA com algumas das bandas indies mais faladas em
revistas, jornais, TV e internet. E dá as dicas de canções "fundamentais" para você
vasculhar a rede de computadores, ouvir
e entender para onde a música jovem está
indo com esse tal de rock americano.
O rock americano, ao contrário da base
metal soturna que pautava principalmente os grupos de Seattle, em 1991, aparece dez anos depois em vigorosa forma e
bem diversificado, seja no estilo seja na
localidade das bandas.
Existe a sombra do grunge no "veterano" (1998) grupo Queens of the Stone
Age, tem o som 70's dos Strokes, tem o
hard rock do Andrew WK, tem o blues
detonado do White Stripes e tem a new
wave renascida do Le Tigre, por exemplo.
Do Le Tigre, banda que, se você olhar
bem, nem é banda (uma é música, a outra
é videomaker, a outra é dona de fanzine),
já é encontrado nas lojas brasileiras o elogiado e homônimo disco de estréia.
"Le Tigre", o CD, ganhou edição por
aqui simultaneamente ao lançamento no
exterior do segundo álbum das meninas,
"Feminist Sweepstakes".
Pronto. Agora já dá para tirar o CD dos
Strokes do cdplayer.
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