São Paulo, segunda-feira, 26 de novembro de 2001

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ESSE TAL DE ROCK AMERICANO

Desde o grunge (91) os EUA não reúnem tanta banda boa; Brasil já lança CDs e vê shows

Muito além dos Strokes

Divulgação
Integrantes da banda Black Rebel Motorcycle Club, de San Francisco


LÚCIO RIBEIRO
DA REDAÇÃO

Você pensou que os Strokes eram tudo?
O efeito Nirvana por enquanto é menor, mas desde o grunge do começo dos anos 90 o rock americano não se constituía em tão significativa cena. E não produzia tantas bandas boas, energéticas e explosivas.
Quem, em 2001, foi bombardeado pelo "assunto Strokes" e decidiu verificar o que realmente estava acontecendo, pôde enxergar que pela mesma porta aberta pelo grupo nova-iorquino estavam passando em alta velocidade nomes como White Stripes, Black Rebel Motorcycle Club, Le Tigre, Moldy Peaches e um monte de outras bandas.
Não coincidentemente, o eco da atual excelente safra do "american rock" já é ouvido em alto e bom som no Brasil, que está recebendo os lançamentos do último CD do "hypado" e peculiar White Stripes (Detroit), o primeiro álbum da elogiada banda de punk dance Le Tigre (Washington) e o show do destruidor Trail of Dead, integrante da prolífica cena texana (leia à pág. 5).
A soturna Black Rebel Motorcycle Club, já bem tratada aqui no Folhateen, grita de San Francisco: "I gave my heart to a simple chord/ I give my soul to a new religion/ what ever happened to you/ what ever happened to our rock'n'roll" (Eu dei meu coração a um simples acorde, eu dei minha alma a uma nova religião, o que está acontecendo com você, o que está acontecendo com meu rock'n'roll).
A Sum Records ouviu o BRMC e correu para lançar Le Tigre e White Stripes (veja ao lado). Strokes toca bastante em rádios brasileiras, é tema de especial da MTV, tem cartaz espalhado por todo o Rio de Janeiro e já é hit de vendas em lojas de rock paulistanas.
Para aproveitar a turnê do ótimo grupo texano pelo país, a gravadora Trama prepara a edição nacional do Trail of Dead ainda para este mês.
E a nova gravadora indie FNM promete para janeiro o recém-lançado (lá fora) disco de estréia do desmiolado Andrew WK, sujeito que parece Iggy Pop cantando no AC/DC com a máscara do Kiss. Você ainda vai ver muito a capa do disco dele, "I Get Wet", ilustrada por seu rosto bem... ensanguentado.
O Folhateen preparou um mapa (veja ao lado) do rock made in USA com algumas das bandas indies mais faladas em revistas, jornais, TV e internet. E dá as dicas de canções "fundamentais" para você vasculhar a rede de computadores, ouvir e entender para onde a música jovem está indo com esse tal de rock americano.
O rock americano, ao contrário da base metal soturna que pautava principalmente os grupos de Seattle, em 1991, aparece dez anos depois em vigorosa forma e bem diversificado, seja no estilo seja na localidade das bandas.
Existe a sombra do grunge no "veterano" (1998) grupo Queens of the Stone Age, tem o som 70's dos Strokes, tem o hard rock do Andrew WK, tem o blues detonado do White Stripes e tem a new wave renascida do Le Tigre, por exemplo.
Do Le Tigre, banda que, se você olhar bem, nem é banda (uma é música, a outra é videomaker, a outra é dona de fanzine), já é encontrado nas lojas brasileiras o elogiado e homônimo disco de estréia.
"Le Tigre", o CD, ganhou edição por aqui simultaneamente ao lançamento no exterior do segundo álbum das meninas, "Feminist Sweepstakes".
Pronto. Agora já dá para tirar o CD dos Strokes do cdplayer.


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