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Música
CPM 22
Em seu novo CD, grupo faz homenagem a SP consciente dos problemas da cidade
LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma banda 100%
paulistana lança
um disco chamado
"Cidade Cinza".
Homenagem à cidade de São Paulo, certo? Mais
ou menos, afinal uma homenagem convencional deveria se
ater somente aos lados positivos da maior cidade do país.
"No disco, falamos sobre
trânsito caótico, sobre crianças
pedindo dinheiro, sobre violência. Mas gostamos muito daqui.
Não moraríamos em nenhum
outro lugar. E, por um lado, o
CPM 22 se deu bem por ser
uma banda paulistana, pois a
cidade proporciona trabalho,
cultura e lazer como nenhuma
outra", diz o baterista Japinha.
"É uma homenagem consciente dos problemas de São Paulo."
No disco, o sexto de inéditas
em mais de dez anos de carreira, o CPM 22 mostra um som
mais pesado e, segundo o vocalista Badauí, as letras acompanharam essa tendência. Por
exemplo, a música "Maldita
Herança" faz uma dura crítica a
política brasileira, assunto até
então inédito no som do grupo.
"O público queria ouvir esse
lado nosso político, e, se vamos
cair para o som mais porrada,
não dá para falar de amor e de
sentimentos. Acho que encontrei um caminho para escrever
letras para um som mais pesado, mas sem perder a nossa veia
melódica", diz Badauí.
Mas a preocupação com os
fãs do hardcore melódico e
apaixonado do CPM 22 não ficou de lado, explica Japinha:
"Temos a nossa história, os
nossos fãs. Fizemos um disco
com os dois lados. O som ficou
mais pesado em metade das faixas, mas também fizemos músicas melódicas, bem como no
início. Não queremos perder
nosso público. A gente vive disso. Temos 15 funcionários que
dependem do emprego".
Pela primeira vez, o CPM 22
gravou as bases das novas faixas no esquema ao vivo, com
todos os integrantes tocando
ao mesmo tempo (geralmente,
gravam cada instrumento e o
vocal individualmente e depois
misturam tudo na mesa de
som). Apenas o vocal e alguns
detalhes de guitarra foram incluídos posteriormente.
"A gente sempre teve vontade de lançar um disco nesse esquema, pois gostamos de alguns discos de bandas estrangeiras que foram gravados assim. Mas não tínhamos tanta
autonomia e nossos produtores
não deixavam. Agora que somos reconhecidos, eles aceitaram. O som ficou mais fiel ao da
banda, a sonoridade está mais
quente", explica Japinha.
CIDADE CINZA
CPM 22
cpm22.com.br
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